terça-feira, 21 de abril de 2020

DISCOS DA DÉCADA 10: B






Seguimos destacando alguns artistas com grandes álbuns que podem ter passado desapercebidos pela última década, nos nossos especiais e nas nossas grandes listas anuais.


Na letra "B", já destacamos devidamente artistas como Baroness, Behemoth, Bent Knee, Black Mountain, Brujeria
Body Counto projeto Blackfield de Steven Wilson, o The Black Queen de Greg Puciato, o ótimo "Neighborhoods" do Blink 182, o mestre Buddy Guy, o rapper Big K.R.I.T., dentre outros.


Vamos pescar mais alguns:




BADBADNOTGOOD

Um dos grandes grupos formados nesta década nos traz Chester Hansen (baixo), Matt Tavares (teclados), Alexander Sowinski (bateria) e Leland Whitty (sax) com um instrumental que transita pelo jazz, fusion e hip hop de modo sublime e empolgante. Com quatro discos nomeados de "I" a "IV", nosso destaque vai para a obra de 2015, "Sour Soul", com os vocais de ninguém menos que Ghostface Killah! Agora em 2020, Matthew e Leland acabam de lançar o álbum "Visions".




BAND OF DOGS


Trata-se de um interessante projeto do baterista francês Philippe Gleizes. Voltado a um jazz diferente e diversificado, com momentos de muita intensidade. Um segundo álbum já está anunciado para 2020!




BARRETT MARTIN 


Aqui mais um baterista, Barrett Martin ficou conhecido por seu trabalho ao lado do icônico Screaming Trees, e contribuições junto a Skin Yard, Mad Season, REM e até ao brasileiro, ex-Titãs, Nando Reis. O que poucos destacam é uma instigante carreira solo, com o Barrett Martin Group. "Atlas" (2011) e "Transcendence" (2019) nossos destaques!







BASSEKOU KOUYATE

Ao lado de sua esposa Amy Sacko, o artista do Mali apresentou sólidos discos ao com seu grupo, Ngoni Ba. Kouyate toca o Ngoni, espécie de banjo. Teve destaque mundial com o belíssimo disco de 2019, "Miri".




BATTLES


Outro dos favoritos do blog, o grupo iniciou a década já não contando com o genial Tyondai Braxton, mas emplacou três discos sempre interessantes e originais: "Gloss Drop" (2011), "La Di Da Di" (2015) e "Juice B Crypts" (2019). "Gloss Drop" sendo nosso maior destaque, contando com participações de Kazu Makino (Blonde Redhead), Yamantaka Eye (Boredoms) e até mesmo Gary Numan!




BECK

O icônico artista noventista liberou vários singles ao longo da década, e ainda três bons discos completos: "Colors" (2017), "Hyperspace" (2019) e nosso destaque "Morning Phase", de 2014.





BEHOLD... THE ARCTOPUS

Das favoritas aqui da casa, mas pouco reconhecida na cena, essa insana e criativa banda americana liberou dois petardos nos últimos anos: "Horrorscension" (2012) e "Cognitive Emancipation" (2016). Retornam com mais em 2020... essenciais!




BELONG

Aqui tratamos do duo americano que em 2006 havia lançado o elogiadíssimo "October Language" e, nesta década, nos brindou apenas com uma competente nova obra: "Common Era" de 2011. Não deixe de conferir!




BEN FROST

Falando em música instrumental, um verdeiro destaque no período foi o artista australiano, radicado na Islândia, BEN FROST. Dentro do que seria um industrial minimalista, mas em tantos momentos trazendo bastante peso, atingiu a maturidade definitiva nesta década por meio de uma série de álbuns e trilhas - incluindo a da série "Dark", do Netflix.


Nosso destaque absoluto vai para a obra "A U R O R A", de 2014. Indispensável!







BETWEEN THE BURIED AND ME

O BTBAM já foi muito bem destacado em diversas oportunidades neste blog, banda única e que traz uma complexidade criativa ao metal.


Mas seus membros têm que ser investigados a fundo: THOMAS GILES, artista inquieto e que possui uma carreira solo muito original desde o auto-intitulado "Giles" (2005) até o recomendadíssimo "Don't Touch The Outside" (2019) - perpassando por um prog/indie rock eletrônico difícil de descrever; e ainda DAN BRIGGS, que passou pelos projetos Nightmare Scenario, Orbs, Trioscapes e, nosso destaque absoluto, o Nova Collective de 2017.




BEYONCÉ

Responda rápido: Beyoncé, de fato, tem um disco sequer abaixo da média em sua carreira? Ao contrário, apenas mostrando evolução e maturidade ao longo de "4" (2011), "Beyoncé" (2013) e "Lemonade" (2016), a musa ainda encerrou a década com o poderosíssimo live "Homecoming" (2019). Mas nosso maior destaque vai para sua parceria com o marido Jay Z, ao formar o que seria o The Carters, em 2018, com o ótimo disco "Everything Is Love".




BILL FRISELL

Indispensável guitarrista de incrível discografia, seguiu produtivo nesta década, com nosso destaque para "Music IS" (2018) e "Harmony" (2019) - este último com os belíssimos vocais de Petra Haden e já lançado pelo selo Blue Note.







BIRDS IN ROW

Grupo francês para deixar espertos os fãs de um hard/metalcore com bastante personalidade. Ouça "You, Me & The Violence" (2012) e "We Already Lost The World" (2018)!




BITCHIN' BAJAS


Cooper Crain (ex- Cave) iniciou a década com esse belíssimo projeto, com destaque ao auto-intitulado BITCHIN BAJAS de 2014, e colaborações com nomes como o Natural Information Society ensemble (de Joshua Abrams), o músico Bonnie Prince Billy e a diretora Olivia Wyatt.




BLACK COUNTRY COMMUNION


Com três discos na década, o grupo fez bastante barulho na cena, e com justiça, pois reúne ninguém menos que Glenn Hughes (baixo/vocais), Joe Bonamassa (guitarra), Derek Sherinian (teclados, ex-DreamTheater) e Jason Bonham (o filho do homem, bateria). Quer mais?




BLACK MIDI

Um dos principais discos de 2019, último ano da década aqui tratada, trouxe de Londres a grande surpresa BLACK MIDI: variedade instrumental a serviço de um som criativo e truncado, demonstrado ao longo da elogiada e indispensável obra de estreia "Schlagenheim".




BLACK PEAKS


Grupo inglês que já destacamos por aqui, e pelo qual não passamos imunes. Com três discos na década, coube até agora a "All That Divides" (2018) mostrar o melhor da promissora banda progressiva, difícil de rotular...




BLACK STRING

Se o Black Peaks é difícil de rotular, o que dizer o grupo coreano BLACK STRING, que transita de modo sublime (e sutil) por um jazz fusion, world/folk muito próprio e diversificado - trazendo à frente o insólito geomungo, instrumento de cordas tocado pela belíssima Yoon Jeong Heo. Duas obras absolutamente essenciais nesta década: "Mask Dance" (2016) e "Karma" (2019). Pouco falados, não deixe passar!




BLACK TO COMM

O artista experimental alemão Marc Richter, sob a alcunha BLACK TO COMM, já vinha lançando seus trabalhos, mas se consolidou nesta década por meio do insólito "Coldplay, Elvis & John Cage" ‎(2011), nosso destaque "EARTH" (2012), o auto-intitulado "Black To Comm" (2014), e a dobradinha "Before After"/"Seven Horses For Seven Kings" (2019). Mais um gênio escondido na década que você não pode deixar de conferir!







BLANCK MASS

Projeto de Benjamin John Power, do ótimo duo eletrônico Fuck Buttons, eis outro dos favoritos do blog. Possivelmente, não faríamos uma lista de melhores da década sem os quatro álbuns lançados pelo BLANCK MASS, em especial os insanos "World Eater" (2017) e "Animated Violence Mild" (2019).




BL'AST

Cultuado grupo de rock noventista da cena californiana, se separou em 1991 e se perdeu em formações. Com dois membros originais, Mike Neider e Bill Torgerson, e a ajuda de nomes como Dave Grohl (Foo Fighters) e William Duvall (Alice In Chains, mas que já formou o próprio Blast no passado), fizeram uma releitura do clássico disco "It's In My Blood!" (1987), agora sob o nome de "Blood!" (2013). Em seguida, fizeram o mesmo com "The Power Of Expression" (1986), agora "The Expression Of Power" (2014). Ótimos discos!




BLOOD INCANTATION


Não dá para ficar imune ao que foi o ótimo álbum "Hidden History Of The Human Race", que agitou a cena extrema em 2019. Disco imperdível!




THE BLOOD OF HEROES

Temos aqui um projeto que conta com o sempre produtivo e criativo Justin Broadrick (Godflesh), o referencial Bill Laswell, Douglas Bennett (aqui, Dr. Israel, ligado ao jungle e que também já havia aparecido em projetos como o Method Of Defiance), o programador Enduser (Lynn Standafer), além de KJ Sawka (Destroid, Pendulum) e o húngaro Balázs Pándi na bateria. O experimentalismo entre o dub e o industrial, na pegada que você imagina vindo de membros como os citados, vale a conferida em ambos os discos lançados na década!







BLOOD ORANGE

Aqui, mudamos radicalmente o estilo e vamos para Dev Hynes, ou Devonté Hynes, e que já havia lançado trabalhos sob o nome Lightspeed Champion. O produtor de alguns gigantes, do indie ao eletrônico, juntou influências e consolidou ao longo da década um R&B com aquele raro trunfo de não soar genérico. "Negro Swan", de 2018, deve ser conferido!




BLOODBATH


O cultuado supergrupo sueco que junta membros de Katatonia e Opeth teve nesta década um tal de "Old Nick" nos vocais... ninguém menos que Nick Holmes do paradise Lost, voltando a beber de suas origens extremas. Eis as infernais e imperdíveis obras "Grand Morbid Funeral" (2014) e "The Arrow Of Satan Is Drawn" (2018).




BLUE COUPE


A junção de Dennis Dunaway (do grupo clássico de Alice Cooper) com Joe e Albert Bouchard do Blue Öyster Cult gerou este ótimo BLUE COUPE, que em lançou "Tornado On The Tracks" (2010) - com Robby Krieger (The Doors) - e ainda "Million Miles More" (2013) e "Eleven Even" (2019).




BLUT AUS NORD

Esquecida banda francesa do black metal vanguardista, possui extensa discografia desde os anos noventa. Nesta década, seguiram com discos muito belos, e ótimos trabalhos de guitarra, como na trilogia "777", entre 2011 e 2012, até o ótimo "Hallucinogen" de 2019.




BNNT


Primoroso grupo americano formado por Michal Kupicz e Patrick Higgins (que também forma o grupo experimental Zs). O caótico "Multiverse", de 2017, contou com a participação de ninguém menos que o icônico Mats Gustafsson. Um dos grandes discos da década!







BOARDS OF CANADA

O grupo eletrônico escocês que ganhou o mundo com o clássico "Music Has The Right To Children" (1998), atacou apenas uma vez nesta década, porém foi certeiro: o maravilhoso "Tomorrow's Harvest", de 2013. Obrigatório!




BOBBY PREVITE


O exímio baterista detém extensa carreira solo e trabalhos ao lado de John Zorn, Elliot Sharp, Tim Berne, Wayne Horvitz, Charlie Hunter dentre tantos nomes da free music. Em 2016, lançou uma pouco falada obra prima, recheada de convidados: o álbum "Mass" contou com Stephen O’Malley (Sunn O))), Marco Benevento, Reed Mathis, Mike Gamble, o lendário tecladista Jamie Saft, dentre outros. Pérola!




THE BODY


Isso é ouro puro. O THE BODY é um grupo experimental do fim dos anos 90, mas que nesta década foi de fato produtivo, com ótimos discos como "I Have Fought Against It, But I Can't Any Longer" de 2018. Mas é aos trampos colaborativos que voltamos nossa atenção. Obras ao lado de grupos igualmente geniais como o sludge Thou, o extremo e caótico Full Of Hell e, em especial, o similar Uniform - com este último destacamos a dobradinha "Mental Wounds Not Healing" (2018) e "Everything That Dies Someday Comes Back" (2019). Confira!




BODY/HEAD


Aqui falamos de um projeto experimental de Kim Gordon, ao lado do guitarrista Bill Nace, e que fez óbvio sucesso aos órfãos de Sonic Youth. Três discos, sempre vale a viagem!




THE BOOK OF KNOTS


Um grupo que junta o casal da cena experimental americana, Matthias Bossi e a indefectível Carla Kihlstedt (Sleepytime Gorilla Museum, Rabbit Rabbit Radio, Cosa Brava, etc), com o produtor Joel Hamilton e o baixista Tony Maimone (ex-They Might Be Giants, ex-Pere Ubu, e que também esteve com o Blood Of Heroes citado acima).


O maravilhoso álbum "Traineater", de 2007, é dos favoritos deste blog. Porém, o grupo repetiu a dose em "Garden Of Fainting Stars", de 2011, onde nomes essenciais da vanguarda moderna como Mike Watt, Shahzad Ismaily, Moe! Staiano e Trey Spruance dão as caras. Imperdível!







BOOTSY COLLINS


Impossível não falar do magistral baixista BOOTSY COLLINS, que segue produtivo com shows imperdíveis e dois álbuns solo na década: "Tha Funk Capital Of The World" (2011) e "World Wide Funk" (2017). Algumas colaborações notáveis, como no aclamado disco "Isolation" da cantora Kali Uchis, no "I'm Back! Family & Friends" de Sly Stone, e no álbum de estreia do grupo japonês Asterism.




BORIS

Grupo experimental japonês de sólida discografia e colaborações - dentre as quais, o obrigatório e obscuro artista Merzbow. Da longa lista de lançamentos, só nesta década, podemos destacar "Heavy Rocks" (2011), "Präparat" (2013) ou "Urban Dance" (2015). Mas nossa surpresa e recomendação fica por conta da inusitada colaboração com Ian Astbury (The Cult) no disco "BXI", de 2010, que traz uma curiosa versão para o clássico "Rain" do Cult.




BOYGENIUS

A aproximação entre três importantes mulheres/revelações da década, Julien Baker, Phoebe Bridgers e Lucy Dacus, nos trouxe uma obra muito bonita e bem sacada em 2018, autointitulada BOYGENIUS. Vale olhar para os discos de cada uma, mas nosso destaque vai para o ótimo disco conjunto.




BRAD MEHLDAU


Exímio pianista, com nosso destaque indo para um curioso projeto ao lado do também genial baterista Mark Guiliana. Batizado "Mehliana", o disco "Taming The Dragon" de 2014 é impecável. Uma viagem de piano, bateria, efeitos e vocalizações. Absurdo!







BRING ME THE HORIZON


Aqui um grupo daqueles que sempre sofreu algum preconceito da cena metálica, por surgir num contexto mais moderno e/ou comercial, mas que sofreu aquela louvável maturação do tempo - e até curto tempo. Em 2013, já havia ganho parte da crítica no competente disco "Sempiternal". Mas em 2019, uma espécie de consagração definitiva veio com o surpreendente e original "AMO", um dos destaques obrigatórios daquele ano para este blog!




BRITTANY HOWARD

Este blog passou um tanto imune ao que foi a grande (e não injusta) aclamação da crítica pelos discos da banda revelação Alabama Shakes e sua forte pegada blues rock. Dois álbuns que, de fato, traziam boas canções e cujo destaque, em especial ao vivo, era a intensidade da vocalista Brittany Howard. Porém, este blog realmente se empolgou ao saber do disco solo da artista em 2019, o excelente "Jaime". Aqui, esqueçam um pouco os clichês do blues e vamos para um disco diversificado, sem perder na autenticidade que marca a carreira de Brittany. Um dos ótimos discos da década, que não seja esquecido!




THE BUDOS BAND


Da vasta seleção da Daptone Records, que nesta década inclusive nos trouxe excelentes álbuns do infelizmente falecidos Sharon Jones e Charles Bradley, correram por fora dois discos do fenômeno afrobeat THE BUDOS BAND - que já havia sido bombástico na década anterior e banda de apoio nos discos, inclusive, dos artista citados. "Burnt Offering" (2014) e, em especial, "Budos Band V" (2019), trouxeram uma sonoridade ainda mais pesada e visceral em determinados momentos. Confira, mesmo que não seja tua praia!




THE BUG X EARTH


O artista inglês Kevin Richard Martin, THE BUG, já se destacava entre o dub, trip e eletrônico, até atingir um nível de experimentalismo que o levou a, em 2017, lançar o épico caótico "Concrete Desert", ao lado do EARTH - exatamente, o icônico grupo drone/doom. Obrigatório!







sexta-feira, 3 de abril de 2020

DISCOS DA DÉCADA 10: A





Vamos testar uma nova sessão nesta quarentena, que não tem muito como ser "rápida", mas pretende dar destaque a ótimos artistas que podem ter passado em branco na década passada. Sim, temos nossas abrangentes listas anuais, temos nossos especiais que tentamos manter atualizados, já fizemos especiais específicos com os gigantes da década (partes I, II, III e IV)... mas sempre passa uma galera boa sem aquela menção expressa.


Seguimos também tentando nos atualizar com os especiais do ano de 2020 (já temos dois, aqui e aqui), além das colunas sobre décadas passadas (cobrimos os anos 60, até 1970, neste link), dentre outros quadros que alimentamos ocasionalmente.


Lembramos que não vamos reiterar aqueles que já tiveram grande destaque nestas páginas. Com a letra "A", por exemplo, já exaltamos nomes como A Perfect Circle, Amon Tobin, Alcest, Aphex Twin, Alice In ChainsActress ou o estrelado projeto Anguish de Mats Gustafsson.



Tentem pescar algo do gosto de vocês, temos certeza que vão descobrir algo legal.


Por ora, apenas a letra A:



A.C.T

Grupo de prog metal sueco surgido no fim dos anos 90, havia se consolidado por meio de quatro álbuns muito competentes, mostrando aquela faceta mais lúdica e teatral do estilo, com muita originalidade. Quase dez anos de silêncio foram rompidos pelo bom álbum "Circus Pandemonium" (2014) e o EP "Rebirth" (2019).



A TRIBE CALLED QUEST

Este blog destacou devidamente o que foi não apenas um dos melhores discos de 2016, mas um dos maiores lançamentos de hip hop da década: "We Got It From Here… Thank You 4 Your Service".

Recheado de participações brilhantes e digno da despedida deste icônico grupo. Aproveitamos a passagem para reverenciar novamente a obra, lançada quase vinte anos após o último álbum de estúdio e sendo, infelizmente, o último de Phife Dawg, falecido no mesmo ano de 2016.



ADT

Time americano que conta com Jake Acosta (guitarras), Adam Tramposh (Polymer Slug, teclados), Kyle Drouin (efeitos), Ben Billington (bateria), Carlos Chavarria (sax), apresentou em 2018 o excelente debut "Insecurities" - rock e jazz instrumental e inovador.



AFGHAN WHIGS

Outro que já destacamos mas deu vontade de relembrar. Grupo noventista que também passou quase vinte anos sem um novo lançamento, mas ressurgiu forte com um disco fenomenal, "Do To The Beast", de 2014. Inquietos, mudaram um tanto o direcionamento no também muito bom "In Spades", de 2017.





AFI

Com o que seria algo entre o punk e um rock alternativo, de personalidade e alguma sofisticação, o competente AFI também surgiram nos anos 90 e vieram regulares em lançamentos por este século, até o que consideramos seu ápice no ótimo "AFI", também conhecido por "The Blood Album", de 2017.



AGALLOCH

Com dois álbuns muito fortes na década, que já comentamos por aqui, o grupo de John Haughm anunciou seu fim após o épico "The Serpent And The Sphere", de 2014. Haughm ainda seguiu com discos solo, bem experimentais e etéreos, assim como no ótimo projeto Pillorian, mas nada se aproxima da forte marca cravada pelo nome Agalloch - em especial no lindo disco supracitado.






AI WEIWEI

Sim, é surreal, mas estamos falando aqui do extraordinário artista chinês. Perseguido e preso em seu país, roda o mundo denunciando regimes que atentam contra os direitos humanos. Em 2013, ao ser libertado da prisão, poucos podiam pensar que ele ia se aventurar ao lado do músico local Zuoxiao Zuzhou em um projeto de heavy metal (?): "The Divine Comedy". Neste álbum, se destaca a faixa "Dumbass", que ganhou um clipe perturbador!





ALAIN JOHANNES

O criativo produtor, associado a algumas trilhas alternativas e a artistas de renome como Queens Of The Stone Age, PJ Harvey e Mark Lanegan, lançou o que seria um disco propriamente solo: "Sparks", de 2011. Também lançou, sob o formato Alain Johannes Trio, algumas canções ao lado de Mike Patton. Vale conferir!



ALAN VEGA

Falecido em 2016 (vimos aqui e aqui), o ex-Suicide tem uma carreira solo interessante, e seu disco póstumo "IT", lançado em 2017, não ficou atrás em termos da ousadia, peso e desespero que sua arte sempre transpareceu. Obrigatório!





ALEXANDER NOICE

Guitarrista e compositor americano de estilo muito próprio. Em "NOICE", de 2019, um jogo de vozes e instrumental hipnótico, numa espécie de opera espacial, joga com minimalismo e grandiloquência. Nunca se ouviu nada igual, impossível descrever: confira!




ALDOUS HARDING

Da Nova Zelândia, e sob a produção de John Parish, a artista Hannah Sian Topp fez seu nome em três lançamentos que só mostram a evolução de seu talento. "Designer", de 2019, possivelmente o mais instigantes deles até o momento.



ALEX SKOLNICK

O exímio guitarrista de heavy metal, atualmente no Testament e com passagens por Savatage e Trans-Siberian Orchestra, sempre teve a mente aberta e manteve uma instigante carreira paralela com o Alex Skolnick Trio. Nesta década, lançou "Planetary Coalition", no formato solo, e "Conundrum", no formato trio. Vale conferir, e sempre fica o desejo para que retomasse também o excelente projeto Attention Deficit.



THE ALGORITHM

Interessante e pouco falado projeto de um guitarrista francês, Rémi Gallego (que também atende por Boucle Infinie), e que lançou quatro discos nesta década. "Compiler Optimization Techniques", de 2018, chama a atenção por ser uma espécie de disco que mostra toda sua inspiração e desenvolvimento para chegar ao produto dos álbuns anteriores. Instigante.





ALL PIGS MUST DIE

Espécie de supergrupo que conta com Ben Koller (Converge, Mutoid Man), você já imagina tanto o estilo quanto a qualidade da porradaria. Três discos, dois EPs, sendo "Nothing Violates This Nature" (2013) nosso destaque.



ALTAR OF PLAGUES

O irlandês James Kelly atacou no início da década com dois marcantes projetos: WIFE, um pseudômico com interessante pegada eletrônica; e o ALTAR OF PLAGUES, voltado a uma música extrema criativa e impactante. "Teethed Glory And Injury", de 2013, foi o último e mais intenso trabalho do grupo, merecendo todo destaque!



ALVA NOTO

Na seara da música eletrônica minimalista, o artista Carsten Nicolai já tem seu nome consolidado, seguindo ultraprodutivo com diversas parcerias. Não perdemos a oportunidade de destacar "UNIEQAV", disco de 2018, além de colaborações com nomes como Ryuichi Sakamoto, Ryoji Ikeda e o duo Tarwater.



AMENRA

Um dos grandes destaques da música extrema contemporânea, a banda belga lança regularmente suas "missas", sendo que o último capítulo, "Mass VI", de 2017, foi o mais intenso e caótico até o momento. Obrigatório!






AMBROSE AKINMUSIRE

Trompetista que já esteve ao lado de grandes nomes contemporâneos como Vijay Iyer, Esperanza Spalding, Mary Halvorson e Brad Mehldau, também já consolida uma bela carreira solo, onde destacamos o diversificado "Origami Harvest", lançado pelo selo Blue Note e flertando em definitivo com o hip hop. Ousado!



AMPLIFIER

Banda inglesa pouco falada no meio, poderíamos genericamente colocá-los na seara do psychedelic rock, mas são mais criativos que isso. "Trippin' With Dr. Faustus", de 2017, é um baita disco, original e empolgante, superando rótulos!



ANAAL NATHRAKH

Outro grupo extremo que não observa limites. O caos e desespero mistura estilos e nesta década acabaram por consolidar ainda mais a carreira e discografia da dupla Dave Hunt (Benediction, Mistress) e Mick Kenney (Aesthetic Perfection).



ANATHEMA

Os ícones ingleses foram mudando seu direcionamento, atingindo um nível incrível nas composições de "Distant Satellites" (2014) e "The Optimist" (2017). Múltiplas influências, modernidade, sem deixar de lado a sensibilidade e essência de sempre.

Destacamos também que o Antimatter, grupo do ex-Anathema Duncan Patterson, seguiu sem o próprio Duncan, mas lançando belos álbum com Mick Moss à frente, como "Fear Of A Unique Identity" (2012), "The Judas Table" (2015) e "Black Market Enlightenment" (2018).





AND SO I WATCH YOU FROM AFAR

Ativos desde 2005, outro grupo original e que foge a rótulos são os irlandeses do ASIWYFA, que trazem um instrumental absolutamente dinâmico e cativante, com quatro lançamentos indispensáveis na década.



ANDERSON PAAK

O percussionista e multi-instrumentista tem uma energia incrível, especialmente ao vivo, trazendo seu hip hop e pegada soul muito originais. Lançou seis discos na década, um em parceria com o também produtor Knxwledge, sob a alcunha NxWorries, além de outro com seu grupo, The Free Nationals. Destaque especial para os discos solo "Oxnard" (2018) e "Ventura" (2019) - recheados de participações.



ANDRE MATOS

O último suspiro solo do maestro do heavy metal brasileiro, Andre Matos, se deu em 2013 - e ninguém jamais poderia esperar que tivesse sido o último. Após o criativo e impactante "Mentalize" de 2009, Andre foi contido em inovações e o disco foi pouco apreciado, embora traga composições densas, com letras igualmente intensas. Edições importadas trouxeram versões inusitadas de Queensrÿche, Radiohead, e dos próprios Angra e Viper.




ANDREW BERNSTEIN

Saxofonista e multi-instrumentista, dedicado a um minimalismo criativo e dinâmico, foi uma revelação nesta década, tanto ao lado de seu grupo Horse Lords, quanto por uma produtiva carreira solo, onde se destaca o belo/perturbador "An Exploded View Of Time", de 2018.



ANDY STOTT

O já estabelecido artista inglês lança mão de um eletrônico experimental, no qual destacamos o EP "Passed Me By" de 2011 e o ótimo álbum "Luxury Problems" de 2012.



ANGEL OLSEN

Já tratamos da guria por aqui, e entre EP's e um álbum colaborativo ao lado de Tim Kinsella (Cap'n Jazz), em 2013, quatro discos solo abrilhantaram sua década, com destaque a "My Woman" (2016) e "All Mirrors" (2019).



ANGÉLIQUE KIDJO

A veterana cantora africana foi produtiva na década, mas a surpresa veio com "Remain In Light", de 2018, nada menos que uma releitura da obra-prima dos Talking Heads.



ANIMAL COLLECTIVE

O conhecido grupo americano não se enquadra exatamente/exclusivamente no indie, nem no eletrônico, sendo mais uma banda aversa a rótulos, além de alterar seus rumos constantemente a cada álbum EP, além dos projetos e participações de seus membros. Avey Tare (David Portner), o produtivo Panda Bear (Noah Lennox), Deakin (Josh Dibb) e Geologist (Brian Weitz) acertaram a mão mais uma vez, com destaque ao excelente "Centipede Hz" de 2012.





ANIMALS AS LEADERS

Capitaneados pelo exímio guitarrista Tosin Abasi, eis um dos maiores nomes do metal progressivo moderno, sendo inclusive associados ao que seria o movimento djent. Insanos, cada álbum vale uma apreciação especial: "Weightless" (2011), "The Joy Of Motion" (2014) e "The Madness Of Many" (2016).




ANNA CALVI

Vocalista e guitarrista, uma das favoritas do blog, foi um dos grandes nomes da década. Sem palavras para descrever o poder de "One Breath", de 2013! Maravilhosa!



ANNA VON HAUSSWOLFF

A artista sueca debutou no início da década, e entre quatro álbuns de estúdio e alguns EPs se destacou o intenso e soturno "Dead Magic", de 2018. Altamente recomendável!



ANNEKE VAN GIERSBERGEN

A inquieta e magnífica cantora holandesa, ex-The Gathering, se destacou por projetos como o grupo VUUR e a empreitada The Gentle Storm, de Arjen Lucassen (Ayreon, Star One). Constantes parcerias com o genial Devin Townsend também a deixaram em evidência. Recomendamos, porém, sua sempre agradável carreira solo pós-Agua de Annique: "Everything Is Changing" (2012) e "Drive" (2013).



ANTIBALAS

Coletivo do afrobeat que surgiu com a Ninja Tune e vinha fazendo seus lançamentos pela Daptone Records - inclusive o atual "Fu Chronicles", de 2020. Na década que se encerrou, destacamos em especial o ótimo EP "Where The Gods Are In Peace", de 2017.





ANYWHERE

Se você queria algo mais de Omar Rodríguez-López e Cedric Bixler-Zavala para além de "Noctourniquet", álbum do The Mars Volta de 2012, eis que o projeto "Antemasque" (2014), ao lado de Flea (RHCP), certamente o agradou.

Mas este blog tem a obrigação de destacar o estupendo projeto de Cedric chamado "Anywhere" (2012) - espécie de supergrupo ao lado de Mike Watt, Krist Novoselic (Nirvana), Dale Crover (Melvins) e Jonathan Hischke. Um segundo álbum do Anywhere ainda veio em 2018. Indispensável!






APPARAT & MODESELEKTOR

Voltamos ao eletrônico para falar do artista alemão Sascha Ring, já consolidado na cena sob o nome Apparat e que, sob o nome Moderat, também lançou importantes colaborações ao lado do duo Modeselektor. A obra mais recente foi "LP5", de 2019.



ÅRABROT

Interessantíssima banda de metal (?) norueguesa, com quase vinte anos de existência, trazendo ambientações pouco usuais para o estilo. "Arabrot" (2013), "The Gospel" (2016) e "Who Do You Love" (2018) se destacaram nesta década. Belíssimo!



ARCHITECTS

Mais um representante de um metalcore vigoroso e por vezes complexo, com fortes lançamentos como "All Our Gods Have Abandoned Us" (2016) e "Holy Hell" (2018).



ARIANA GRANDE

A cantora evoluiu e explodiu com "Thank U, Next" de 2019, que merecidamente foi um dos principais lançamentos do ano passado. Não dá para ignorar!





ARIEL PINK

O já consagrado artista segue seus experimentalismos a serviço de um pop rock despojado e diferente. Destacamos o ótimo "Pom Pom" (2014), escrito ao lado do já falecido produtor Kim Fowley.



THE ARISTOCRATS

Supergrupo prog do ótimo guitarrista Guthrie Govan, de grande destaque nesta década também pelo seu trabalho nos discos solo de Steven Wilson, contando ainda com o baixista Bryan Beller e o exímio baterista Marco Minnemann - que tem uma produtiva, diversificada e pouco falada carreira solo ele mesmo. Não deixem passar, nem os quatro trabalhos do Aristocrats na década e nem os trampos solo do Minnemann.



THE ARMED

Banda absurda, própria daquele metalcore/mathcore caótico, na trilha de DEP e Converge (e aqui, novamente, temos Ben Koller na batera), mas com muita personalidade. "Only Love" de 2018 é discaço!






ARTO LINDSAY

Destacamos como um dos discos do ano de 2017, mas fazemos novamente. Estávamos órfãos de discos solo do mestre Arto Lindsay, e eis que ele nos brindou com "Cuidado Madame", com toda sua essência e sofisticação. Mas também não ignoraremos o excelente "Scarcity", de 2014, ao lado do exímio baterista Paal Nilssen-Love. Imperdível!



ASH KOOSHA

O artista iraniano Ashkan Kooshanejad se consolidou nesta década com uma bateria de álbuns e EPs que trazem um eletrônico/IDM experimental e muito cativante. Seu debut em 2015, "GUUD", chamou a atenção, tendo lançado os discos posteriores pela Ninja Tunes. Destaque também para "I AKA I" (2016) e "AKTUAL" (2018).



AT THE DRIVE IN

Já falamos acima de Cedric Bixler-Zavala e Omar Rodríguez-López, mas o disco "In•ter a•li•a", de 2017, merece um destaque especial. O grupo noventista tinha escrito seu último e mais forte capítulo no já clássico "Relationship Of Command" (2000), e o retorno quase vinte anos depois foi em grande estilo. Discão!



ATOMIC APE

Sempre atentos à gravadora Web Of Mimicry, em 2014 tivemos o lançamento do excelente "Swarm" do Atomic Ape - espécie de continuação do que foi o Orange Tulip Conspiracy (projeto de 2008).

Aqui, temos nomes indispensáveis como o líder Jason Schimmel (Estradasphere, Secret Chiefs 3, Traditionalists), além de Trey Spraunce, Steve Moore, Eyvind Kang, Ryan e Trevor Parrish, e grande seleção! Épico!






AUGUST GREENE

Já destacamos bastante no blog o que foi a década absolutamente vitoriosa de Robert Glasper, um dos ases de um jazz moderno e inovador. Pois o pianista teve tempo de se juntar ao baterista e também produtor Karriem Riggins, além do rapper Common, neste maravilhoso projeto August Greene, de 2018. Supergrupo que pode ter passado batido, mas cuja retomada é obrigatória para você que perdeu!



AURORA

Não destacamos devidamente essa cantora norueguesa, que lançou três bons discos na parte final da década: "All My Demons Greeting Me As A Friend" (2016), "Infections Of A Different Kind, Step 1" (2018) e "A Different Kind Of Human, Step 2" (2019) - na esteira de mulheres competentes do que seria este movimento art/avant pop, à la Sophie, Arca, Grimes etc.



AUTECHRE

Ícones da música eletrônica, não podem ser esquecidos. Destaque para "Exai" (2013) e "Elseq 1–5" (2016).



AYREON

Não podemos esquecer do principal projeto de um dos grandes mestres do heavy metal moderno, o holandês Arjen Anthony Lucassen, que na década passada lançou obras importantíssimas do porte de "The Human Equation" (2004) e "01011001" (2008) por meio do sempre multi-estrelado AYREON.

Pois repetiu a dose com "The Theory Of Everything" (2013) e "The Source" (2017), com tempo, ainda, para emplacar disco solo, o projeto The Gentle Storm (ao lado da já mencionada Anneke Van Giersbergen) e mais um excelente capítulo do Star One ("Victims Of The Modern Age" de 2010).




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