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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

SPECIAL: Hip Hop atual (II)





(veja parte I)






16. KILLAH PRIEST



Associado ao Clan, pode ser colocado na vanguarda atual do estilo, lançando alguns dos trampos mais interessantes na cena da última década. Certamente a insana saga a seguir contribuiu para a notável discografia do rapper:


Killah Priest - "The Psychic World Of Walter Reed" (2013)











17. KILLER MIKE



(falamos aqui, aqui e aqui)

Dispensando apresentações, a produtiva parceria com El-P (que também explodiu com o excelente "Cancer 4 Cure" de 2012) gerou o disco abaixo, além do muitíssimo bem sucedido e genial projeto RUN THE JEWELS, na vanguarda do que há de mais agressivo, inovador e contestador do rap atual:


Killer Mike - "RAP Music" (2012)











18. MADLIB



O inspiradíssimo produtor de instigantes projetos, já se uniu a MF Doom no ousado "Madvillainy" (2004), em seu trabalho mais famoso, dentre tantas parcerias e produções. Chega em 2014 com o elogiadíssimo projeto com Freddie Gibbs, e não pára por aí:

Freddie Gibbs & Madlib - "Piñata" (2014)










19. MARCO POLO




O produtor canadense passou um tanto despercebido em 2013 com um disco que, além de forte, valia só por ter reunido nomes do porte de Rakim e Big Daddy Kane, dentre outros mestres. Vale o destaque:

Marco Polo - "Newport Authority 2" (2013)











20. MF DOOM




Voltando a falar dos inovadores do estilo, o criativo e inconfundível MF DOOM vem se aventurando mais em parcerias e novos pseudônimos, com destaque para a união com nomes como Masta Ace e Ghostface Killah (aguardado em 2015). Nos últimos anos, este projeto ao lado de Jneiro Jarel foi o que mais instigou a audiência, sem dúvida alguma - na alcunha de JJ DOOM, que em 2014 lançou ainda o ótimo EP "Bookhead":


JJ Doom - "Key To The Kuffs" (2012)













21. MIKE LADD



Outro dos pouco falados, já possui sólida discografia. Algumas parcerias com o pianista Vijay Iyer trouxeram alguns dos mais belos trabalhos dos últimos anos, como no caso de "Holding It Down: The Veterans' Dreams Project" (2013). Na carreira solo, aguarda-se (o já demorado) sucessor do ótimo:

Mike Ladd - "Kids And Animals" (2011)












22. MOS DEF



Seguindo produtivo, Yasiin Bey chegou até a reunir o BLACK STAR, com os 15 anos da clássica obra de 1998, ao lado de Talib Kweli. Mas incrível mesmo foi a surpreendente "parceria" com Marvin Gaye em pleno 2014 num empolgante mash up, em duas partes, do hip hop com o black/soul:

Mos Def - "Yasiin Gaye: The Departure / The Return" (2014)











23. NAS



Nasir Jones jamais decepciona. Nos 20 anos de "Illmatic" (já falamos aqui), segue forte com discografia sólida e sempre inventiva. Em seu último ataque, lançou um dos grandes discos do rap daquele ano - e o mesmo se espera para 2015:


Nas - "Life Is Good" (2012)












24. PUBLIC ENEMY



Se o assunto é clássico, e se pedimos por agressividade, criatividade e letras conscientes, porque não beber diretamente da fonte? Ainda produtivo neste século, após certo hiato o grupo surpreendeu em 2012 com DUAS ótimas obras, que parecem ter se perdido em meio ao mar de bons lançamentos do estilo. Um pecado, diante do fato de o grupo não só ser o guia de todos que depois surgiram, mas também ainda mandar muito bem:

Public Enemy - "Most Of My Heroes Still Don't Appear On No Stamp" (2012)











25. THE ROOTS



(falamos aqui, aqui e aqui)

O coletivo não perde tempo, parcerias na TV, em estúdio (caso do lindo disco ao lado de Elvis Costello, sempre citado por aqui), e nos autênticos discos do grupo, que em 2014 teve novo capítulo brilhantemente escrito em "... And Then You Shoot Your Cousin". Tarefa árdua apontar um só destaque em tão rica discografia dos anos 90 para cá:


The Roots - "Undum" (2011)












26. SHABAZZ PALACES



Em outra pérola de 2014, o disco do grupo visitou as altas posições nas listas de melhores do ano, e não foi por acaso. Sofisticado e original, é mais um disco (obrigatório) da bela safra tema desta matéria.


Shabazz Palaces - "Lese Majesty" (2014)












27. TECHN9NE



Technine é insano, musicalmente ousado e agressivo, flerta com experimentalismos e força barreiras, além de ser intensamente produtivo com discos, EPS e parcerias. Vanguardista por um lado (à frente da Strange Music), muitas vezes as letras e jeito despojado parece não ser feito para ser levado a sério. Mas quando se bota um disco no play, é certeza de que irá se surpreender, como foi o caso deste:


Tech N9ne - "Something Else" (2013)














28. TYLER THE CREATOR



Até a belíssima obra de Frank Ocean, citada na parte anterior, atingir o nível que atingiu, apostava-se que Tyler The Creator, inventivo e mais agressivo, fosse o membro mais instigante do Odd Future. Mas também não se errou em pensar isso. Tyler tem personalidade (o que vem desde seu próprio estilo de ser) e libera discos que valem muito a viagem de ouvir, com destaque para:

Tyler The Creator - "Wolf" (2013)












29. WU TANG CLAN



Com reunião já anunciada e liberando pequenas pérolas, é inexplicável como chegou finalmente o ano de 2014 com lançamento do Clan, sem que a devida repercussão fosse dada à (ótima) nova obra...

Wu-Tang Clan - "A Better Tomorrow" (2014)












30. YOUNG FATHERS



O premiado "Dead" de 2014 parece ter dado novo status ao ótimo grupo.


Young Fathers - "Dead" (2014)









*** Uma das teclas em que mais se bateu ao longo das duas partes desta singela matéria foi, sem dúvida, o fato de obras de artistas tão grandiosos e primordiais como Wu Tang Clan, NAS, Public Enemy, dentre outros, terem passado tão batidos por mídia e público. Trabalhos de gente consagrada, mas que ainda soam como grandes obras, diga-se. Não há decadência. Ao contrário, o estilo encontra-se fértil como nunca, embora ainda demasiadamente no underground. Vale olhar para o - recente - passado, de um estilo ele mesmo recente, ver que os grandes nomes ainda vivem auges, e sem fechar os olhos ao que volta a tomar corpo: um gigante como Kanye, no mainstream, visitando o experimental... um gigante chamado Run The Jewels abalando a cena com justificada hype causada por dois discos já referenciais... mas ir além, pois são apenas pontas de icebergs, de uma cena toda ela sofisticada e muito produtiva, pois tem  muito a dizer.





quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

REFERÊNCIA: Matana Roberts


Matana Roberts
Chicago (EUA)





2013 fica marcado como o ano de grandes lançamentos... de grandes e criativas MULHERES!


Rapidamente, penso na já citada musa Janelle Monáe. Poderia ainda pensar no espetacular "Matangi" da dinâmica cantora M.I.A.. Quem sabe ainda em Karin Dreijer (Fever Ray) à frente do ótimo The Knife. A lista é longa, dentre nomes consagrados a revelações.



E tratarei aqui de quem, talvez a exemplo de Janelle, já pode se encontrar no limiar entre a "revelação", até por ser ainda uma jovem e de seleta discografia... mas também já num alto posto de referência. Principalmente no campo do free jazz.




MATANA ROBERTS sequer acredita que faz exatamente jazz. E classificar essa mente brilhante realmente seria tarefa inglória, além de não ser nossa intenção aqui. Fiquemos com suas próprias palavras, quando disse:

"Tenho raízes no jazz, entendo de onde vem a minha música. Mas, para mim, ela não é jazz. Algumas pessoas empurram esse rótulo para cima de mim, mas acho que fica a cargo do ouvinte decidir como vai chamar aquilo que faço. Na verdade, sou uma experimentalista que de vez em quando usa referências do jazz no trabalho. Não quero fazer nada mais grandioso do que já foi feito. Tudo o que quero é criar um trabalho honesto."




Mas vamos à obra propriamente dita. Se MATANA já é uma referência, em muito se deve ao derradeiro trabalho nestes dois primeiros capítulos (ela promete mais!) da obra-prima COIN COIN.



Inicialmente, em sua primeira etapa, "Coin Coin Chapter One: Gens De Couleur Libres" (2011), conhecemos a história de Marie Thérèse Metoyer, escrava do século XIX, ancestral da própria artista. A partir dessa sua correlação pessoal, e de muita pesquisa, MATANA desconstrói toda uma história que vai da escravidão e libertação dos negros, por todo o histórico de opressão de sua raça, até os dias de hoje.



Relata a própria que:

"My grandfather and his brother were orphans, and they were raised by a collective of different families who lived in that area that were actually blood-related to her. She was the first strong female archetype, outside of my mother and my grandmother, that I was exposed to in a storytelling format – I learned about her before I learned about Harriet Tubman. And my grandfather used to call me Coin Coin for fun."




Em recente visita ao Brasil, ainda contou que:



"Tenho um grande interesse nas questões da escravidão ao longo do mundo e dos direitos humanos, e acho toda essa história das revoltas dos escravos no Brasil profundamente inspiradora para o meu trabalho."







Em 2013, ainda em alta com seu novo e surpreendente passo "Coin Coin Chapter Two: The Mississippi Moonchile" (2013), MATANA se estabelece de vez como referência do free jazz mundial. Álbum por vezes tão ou mais intenso que a primeira jornada de 'Coin Coin', ganhou em dramaticidade e performance com a introdução dos vocais de Jeremiah Abiah. Assim como também agregou em ares performático a suas apresentações.



Não é cedo para afirmar que MATANA ROBERTS é uma das musas do jazz e da música mundial contemporânea!




Matana Roberts - "Coin Coin Chapter Two: The Mississippi Moonchile" (2013)