O ano de 2016 não foi um ano inédito em levar grandes artistas, ou mesmo ídolos da música, o campo da arte que mais ocupa este blog.
Nisso, foram-se Bernie Worrell, James Woolley (NIN), Keith Emerson (ELP), Greg Lake (ELP, King Crimson), Naná Vasconcelos, Glenn Frey (Eagles), Leon Russell, Maurice White (Earth, Wind & Fire), Prince, dentre tantos.
Mas talvez tenha sido inédito nessa junção tão forte entre morte e arte.
DAVID BOWIE, falecido em janeiro, parece ter inaugurado o ano com o conceito visionário de "Blackstar".
Narrou em música, letras e até em clipe a morte vindoura e que pegou todos de surpresa.
Cerca de um ano após o falecimento de seu filho, NICK CAVE encontra na arte, compondo canções intensas e até mesmo um filme, as forças que não imaginamos que um pai pode voltar a ter após tamanha dor.
O aclamado "Skeleton Tree" mais uma vez canaliza algo talvez até maior que a morte, que é a imensurável noção da perda de um filho.
O fim de 2016 ainda foi duro ao levar LEONARD COHEN, este já notadamente no fim de sua vida, e que sempre flertou com a morte em suas canções.
Em "You Want It Darker", encarou o tema como nunca, prenunciando seu próprio desfecho, fazendo uma transição tranquila e quase que premeditada, como a de Bowie.
Nos acréscimos do ano, impossível não falar do acidente com o avião que levou, sim, artistas!
O time da CHAPECOENSE, um clube praticamente inteiro de futebol, ao lado de jornalistas e tripulantes, nos foi tirado. O tipo tão único de tragédia, aliado a um contexto também bastante único, levou a tirar o melhor das pessoas naquele momento, nos países atingidos (Brasil e Colômbia, onde se deu o acidente) e no mundo todo.
Eis que a sucessão de homenagens também foram uma verdadeira forma de arte - aliada à arte do próprio futebol que praticavam, e chegavam a uma final! - a canalizar a dor e comoção dos familiares, dos amigos, dos torcedores e de nações como um todo.
2016 foi assim...
... a morte como arte!