quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

PLAY: Jimmy Page





Por onde anda Jimmy Page?

Inspirado.

Fazendo música para poucos...

Mas música nunca deve ser para "poucos". Que todos ouçam sua soturna e insana trilha, disco de 2012:


Jimmy Page - Lucifer Rising, And Other Sound Tracks (2012)


http://www.jimmypage.com/




SPECIAL: Journey




Difícil escolher um disco do Journey para dizer que é "do coração". Poderia ser o "Escape" (1981), o "Raised On Radio" (1986), o "Infinity" (1978)... poderia ser (praticamente) qualquer outro. Deixarei para pensar isso no futuro.

A verdade é que "Frontiers" (1983), completando 30 anos neste 2013, dispara como um dos favoritos. Pouca novidade até aí, o disco traz um caminhão de hits e mostra a banda em seu auge.

Mas o ano comemorativo permite a reflexão da importância desta injustiçada banda que, como todas do estilo Hard/AOR, ficaram com fama de "bregas".


Não sei ao certo de onde vem isso. O Journey, com discos essenciais como o aqui tratado, lidera uma linha com STYX, Foreigner, Asia, Toto, Kansas... o Winger teve um pé ali, também em sua carreira solo... mesmo saindo do Hard propriamente dito, podemos citar Alan Parsons... enfim, bandas/artistas geniais, sofisticados, que buscaram em suas carreiras um lado mais teatral, prezando por fortes arranjos harmônicos e vocais marcantes, carregando toda uma aura progressiva aliada ao poder do Hard Rock...


O Journey concilia todos esses fatores, e esse disco é uma prova concreta disso. Os vocais performáticos e intensos de Steve Perry falam por si só, um marco na história do rock. Toda a sofisticação que agregaram ao estilo. O poder, e o sucesso atemporal de suas composições, inclusive bastante variadas entre si.

Nada disso pode passar batido em face do preconceito de muitos.


30 anos do histórico "Frontiers"!








terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

NEVERMORE




Final dos anos 90, início dos anos 2000. Para variar, como parece ocorrer em toda troca de década, o que estava sendo feito de mais ousado musicalmente era ignorado e/ou achincalhado. O passado remoto soava muito melhor que a década que se encerra, que morre sem ser descoberta. A balela de sempre, uma pena.

Ainda que prevaleça essa onda de só se fazer justiça a uma década, ou a um determinado período criativo, com uma defasagem de tempo consideravelmente grande... fato é que o azedume habitual de público e crítica procura sempre, numa rara demonstração de boa vontade, um nome em quem apostar, um possível artista com o potencial de mudar os rumos daquilo que estava sendo feito (ainda que, tempos depois, se perceba que MUITO estava sendo feito, havia por aí era má vontade e ouvidos preguiçosos).



Enfim, o ano era 2000 e a banda que atraía os holofotes do metal moderno eram os americanos do NEVERMORE. Com TODA a justiça, diga-se! Uma banda que se comprovou realmente única!


O Heavy Metal passava por uma "pseudo crise". O Metal americano, que voltaria a mostrar suas garras de 2000 para frente, estava em "descrédito" pelo injustamente malhado "new metal". Tudo que soasse um pouco mais moderno era tachado, rotulado, e recebia o injusto preconceito dos ouvintes. O Metal Europeu se renovava há mais tempo, com uma cena densa e variada, mas para um público fechado e pouco adepto ao novo (como sempre). Lembrar também que a internet e o mp3 eram ainda "novidades".


O Nevermore vinha das cinzas da ótima banda oitentista Sanctuary, que tinha dois discos antológicos cravados na história do estilo. O grupo já existia desde o início da década de 90, e já contava com obras maravilhosas, desde seu debut "Nevermore" (1994), até o soturno "Dreaming Neon Black" (1999). Irrepreensíveis.


Mas a banda era inquieta. Altamente técnica, com uma parte lírica trabalhada, inteligente, uma sonoridade densa e complexa. Tudo isso aliado aos ditames do Heavy/Thrash e, inovadora como era, até mesmo do Prog. O guitarrista era um garoto prodígio, e os vocais de Warrel Dane absolutamente únicos em todo o estilo!


A partir do moderno e pesadíssimo "Dead Heart In A Dead World" (de 2000, disco de precursores ótimos e sucessores brilhantes) foi o Nevermore quem ditou as regras no Heavy Metal mundial. Difícil dizer até quando isso durou, a cena se manteve agitada depois desse marco (e, em muito, POR CAUSA desse marco).

Ousados demais para serem "apenas" Heavy Metal. Complexos demais para serem "apenas" Thrash. Pesados demais para seu lado moderno ser "condenado" pelos mais radicais. Inovadores e sofisticados para um estilo que carecia de uma referência, num momento crítico.


Esta nova década chega tenebrosa, não pela cena em si - em constante e salutar renovação, - mas pelo destino da banda aqui tratada, que atualmente não está mais ativa. Claro que sempre torcemos para que isso mude, pois sempre há espaço na música para quem está disposto a dar um passo à frente. E foi o que o Nevermore fez a cada lançamento de sua carreira!


Que venha a fazê-lo novamente!






segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

FROM THE HEART:
Nightwish - "Century Child" (2002)




O Nightwish é uma banda inovadora?! Sim, foi em seus 3 primeiros álbuns, criando belas atmosferas por meio de um som até bombástico e, à época, bastante único. Se pensarmos que o chamado "metal melódico" (incluindo um certo "metal sinfônico") alcançava um 'boom' naqueles fins dos anos 90. Tuomas Holopainen despontava como um "mini gênio" do heavy metal, sendo de fato um prodígio nos teclados. E havia a voz belíssima de Tarja Turunen, e a até então bem sacada aplicação de seus vocais fortes, operísticos, a um lado Heavy avassalador.


Hoje, tudo isso soa banalizado. Milhares de "cópias" do estilo consolidado pelo Nightwish se espalharam, o estilo em si caiu num "mais do mesmo" terrível, e definitivamente a palavra "inovação" pouco ou nada poderia ser aplicada à nova realidade da cena.


Mas trato aqui do ápice criativo de Tuomas, Tarja & cia. No até pouco badalado "Century Child" (2002), quarto disco do grupo. Vários fatores contribuíram para tornar o disco algo único. Tarja equilibrou vocais mais "limpos", alternando com o alcance mais apoteótico de sua voz - faceta ainda presente, mas melhor utilizada em todos os sentidos. Esse fato casou ainda mais com a entrada de Marco Hietala, baixista que passou a fazer os fortes vocais masculinos, com uma voz limpa bastante característica e intensa, alternando com a voz rasgada e até gutural.

Todo o lado lírico do disco é muito bem feito, e a impressão era o de quê o Nightwish era uma banda exemplar, que soube se reinventar e que não haveria limites para sua criatividade, especialmente com os variados recursos de seus componentes. O disco seguinte, "Once" (2004), foi um sucesso de vendas, a banda até ficou mais agressiva em certos momentos, emplacou hits e podia ter feito história.


Mas não foi o que ocorreu. Com a saída de Tarja Turunen, Tuomas se mostrou perdido. Seu som perdeu vigor, e passaram a apostar em fórmulas já vistas e revistas, por eles e por seus seguidores. Tem coisa pior que uma banda se tornar cópia de si mesma? Ou disso para baixo...

Não era o caso, pois, de "Century Child", disco que o blog recomenda com uma ouvida mais atenta e livre de preconceitos...


Nightwish - "Century Child" (2002)





"There's a poison drop in this cup of Man"



domingo, 24 de fevereiro de 2013

FROM THE HEART:
Herbie Hancock - "Head Hunters" (1973)




Este disco sintetiza muito (ou tudo) do que penso acerca de como a música deve soar, de como é saudável trazer novos estilos para formar uma sonoridade dinâmica, empolgante, não menos técnica e, acima de tudo, inovadora! É um disco especial em minha coleção e em minha forma de pensar... mas é um disco essencial em QUALQUER coleção.


Herbie Hancock - "Head Hunters" (1973)






MUSAS: Zélia Duncan




Zélia Duncan é uma cantora performática. Sempre privilegiou a intensidade de suas interpretações, sempre fugiu ao comum. Recentemente, integrou nada menos que Os Mutantes, num passo ousado de sua carreira. Acaba de lançar "Tudo Esclarecido", onde interpreta apenas composições de uma das referências deste blog, o paulista Itamar Assumpção - prestando justa homenagem a este renegado artista.

Pois merece todas as homenagens ela mesma.








quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

FROM THE HEART: Clint Mansell - "Requiem For A Dream" (2000)




Clint Mansell é um admirável compositor contemporâneo. Tornou-se mais conhecido pelas parcerias com o excelente diretor Darren Aronofsky, assinando as trilhas de filmes como o obscuro e genial "Pi" (1998), o nominado a melhor trilha no Globo de Ouro "The Fountain" (2006), e o indicado a melhor filme no Oscar "Black Swan" (2010) - além de inúmeros outros trabalhos com diversos diretores.

Mansell ainda integrou a banda inglesa Pop Will Eat Itself. Curiosamente, mas não por coincidência, trabalhou com Trent Reznor e chegou a fazer participação no ótimo "The Fragile" do NIN - este blog já tratou do incrível talento de Reznor em compor trilhas, inclusive tendo levado o Oscar em 2011 pela trilha de "The Social Network".


Mas estamos aqui para tratar de um disco essencial de Mansell. Da obra composta para o que talvez seja o mais famoso filme de Aronofsky, e que é assinada por este gênio moderno: "Requiem For A Dream" (2000).


Ofereça-se essa experiência, mergulhe no universo fantástico criado por Mansell (seguindo a já inquieta mente de Aronofsky) e executada magistralmente pelo Kronos Quartet. Sua mente não sairá ilesa, e você com certeza terá uma obra especial para sua coleção de discos - porque a função de um disco é mexer com o ouvinte, e Mansell consegue isso com louvor!


Clint Mansell - "Requiem For A Dream"
(OST, 2000)








MUSAS: Nina Simone




Fica a homenagem aos 80 anos de Eunice Kathleen Waymon, a eterna Nina Simone. Com certeza, alguém que estabeleceu um padrão de qualidade tão alto com sua voz e suas interpretações - e toda a influência que veio a exercer, por consequência - merece toda a reverência de qualquer veículo que tenha inovação, ousadia e intensidade como palavras de ordem.

Essencial.










quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

SPECIAL: Puscifer




Insano como o usual, o Puscifer liberou um clipe perturbador de "Bohemian Rhapsody", cover do Queen. A banda estará no Brasil em março, e está lançando o EP "Donkey Punch The Night", sucessor do ótimo "Conditions Of My Parole" (2011).

O EP ainda trará um cover para "Balls To The Wall" do Accept. Bom sempre lembrar que o Puscifer é um projeto/banda liderado por Maynard James Keenan, vocal do Tool e do A Perfect Circle... logo, fonte de inovação não lhe falta. Além disso, o projeto conta com variados e inusitados integrantes, o que sempre aumenta a curiosidade em torno de sua música.

Para conferir:




PLAY: How To Destroy Angels




Eis o promissor projeto How To Destroy Angels, liderado pela grande referência, que dispensa apresentações, Trent Reznor (Nine Inch Nails). Ao lado da esposa Mariqueen Maandig e de ótima banda, sempre podemos esperar de Reznor o que há de mais instigante no mundo da música.

De fato, o projeto só foi "promissor" enquanto ficou nos singles e EPs... em 2013, com uma obra completa lançada, "Welcome Oblivion", já podemos ter uma ideia mais ampla sobre a banda. A verdade é que tudo está lá: o modo inteligente de Reznor compor... frio, obscuro, hipnotizante, muito bem aliado aos elementos trazidos pelos demais integrantes, mostrando o potencial do projeto de nos trazer algo realmente novo.


Se traz o nome de Trent Reznor, já merece uma ouvida atenta e uma boa dose de crédito. É o gênio em atividade, trazendo sua música e muitas das características que o tornaram mestre. O tempo se encarregará de mostrar o lugar deste disco na discografia de Reznor, entre suas bandas, projetos, trilhas e inúmeras contribuições. Mas inicia este ano de 2013 aprovado, com louvor!


How To Destroy Angels - "Welcome Oblivion" (2013)







terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

MASTODON





Gosto da ideia de bandas que arrumam um novo jeito de fazer música, em especial a música pesada. Digo, trata-se de uma linha tênue que separa aqueles que encontram personalidade, um jeito muito próprio e inovador de executar um estilo já consolidado, forçando seus limites... e aqueles que simplesmente fazem algo soar absolutamente novo.

Difícil enquadrar artistas em um ou em outro caso. Inovar é sempre salutar. Mas quando se fala de uma "nova maneira" de se fazer Heavy Metal - dentre outros grandes nomes que este blog já citou ou pretende citar - penso também no fenômeno chamado MASTODON!


Com justiça. Lembro-me do "cartão de visitas" da banda, embora não seja sua estréia, mas talvez tenha sido o grande álbum em que o Mastodon mostrou sua proposta inovadora, cuja estrutura das composições fugiam a tudo que já tinha sido visto: refiro-me a "Leviathan" (2004). Talvez um disco para ser lembrado como clássico nas próximas décadas.

Disso, passou-se para duas obras altamente complexas, sem deixar de lado o modo empolgante de se fazer metal. "Blood Mountain" (2006) e, em especial, "Crack The Skye" (2009) mantiveram o alto padrão de qualidade das composições da banda, e deixando aquela linda sensação de "o que essa banda é ainda capaz de fazer?". Na minha opinião, eis a questão que todo artista deve buscar deixar em seu público.


A resposta foi dada, com louvor, no (até então) ápice criativo desses americanos: "The Hunter" (2011) trouxe elementos de todos os álbuns, mas, indo além, voltou com aquela proposta de mostrar o Heavy Metal sob uma nova óptica. O disco é até, por incrível que pareça, mais direto que os anteriores. Mas não creio que sua proposta seja mais simples... o álbum é uma aula, do começo ao fim, de como o heavy pode condensar diversas influências, anexar elementos, sem deixar de soar moderno e atual, e sem fazer a banda perder sua essência, consolidada desde o primeiro álbum.


Sensacionais!


http://www.mastodonrocks.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Mastodon_(band)



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

PLAY: Bad Religion





Eis o ótimo novo álbum do sempre competente Bad Religion. Uma banda que encontrou identidade dentro de um estilo até pouco inovador, possui uma discografia forte e interessante - e que eu, particularmente, gosto bastante.


Neste início de ano, até "rouba" um lugar no top10 de 2013. Tende a ser superado por diversas outras promessas e descobertas que os meses nos oferecerão. Mas vale uma ouvida, com certeza! Agrada de imediato! 


Bad Religion - "True North" (2013)


http://www.badreligion.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Bad_Religion






domingo, 17 de fevereiro de 2013

FROM THE HEART:
Peter Gabriel - "So" (1986)





Há artistas com um estilo inconfundível. Acredito que o Genesis realmente foi uma banda progressiva de estilo muito peculiar, e isso não deixou de afetar (no sentido positivo) o que alguns de seus famosos ex-integrantes vieram a fazer em suas carreiras, todos com uma sonoridade e personalidade muito própria e reconhecível. Poderia citar Phil Collins, como é óbvio... Steve Hackett, com respeitável carreira solo... o próprio Ray Wilson, que considero até injustiçado, merecendo maior reconhecimento...


E, diria eu acima de todos, Peter Gabriel me parece ter uma carreira das mais brilhantes, originais e produtivas.


Poderia falar de muitos de seus álbuns, mas opto por destacar o que talvez seja seu disco mais famoso e que, por uma série de razões, é o mais especial para mim: "So" (1986).

Difícil dizer o que mais chama atenção no álbum. A junção de variados elementos, criando algo realmente único, com aquela aura progressiva convidando o rock a flertar com o pop, o eletrônico, até mesmo o funk. Convidadas certeiras do porte de Kate Bush e Laurie Anderson, além dos músicos extraordinários que sempre o acompanharam. Enfim, complicado expressar em palavras os climas criados neste disco. Tudo é intenso e inquietante.

Prova disso é ser recepcionado, só no lado A, com a densa e bela "Red Rain", ser logo arrebatado por uma surpreendente e cativante "Sledgehammer" (cujo clipe é, conforme sabido, um clássico), cair numa balada inspirada com Kate Bush em "Don't Give Up", e fechar com "That Voice Again", de minhas preferidas deste grande mestre! Imagine o que vem depois...



O melhor é saber que Peter segue ativo e ousado, e, para este blog, uma verdadeira referência - assunto a ser tratado mais para frente.



Peter Gabriel - "So" (1986)









SPECIAL: Fire! Orchestra



Viemos de um 2012 muito prolífico, que por sua vez já seguiu o produtivo 2011, com alguns dos mais originais e intensos trabalhos de que se tem notícia (eu nem diria que a importância de certas obras ficou restrita aos respectivos anos de lançamento, mas extrapolo mesmo para a história da música, de um modo geral). Pode-se citar o poderoso retorno do Swans ("The Seer", 2012), o lindo trabalho do The Thing com Neneh Cherry ("The Cherry Thing", 2012), o belíssimo e aclamado "Coin Coin Chapter One" de Matana Roberts (um marco no free jazz, de 2011), dentre muitos outros - a serem citados neste blog.

Nessa (ampla) seara, quem já vem se destacando há algum tempo é a Fire! Orchestra. Ano passado mesmo, ao lado de Oren Ambarchi, lançou o elogiado "In The Mouth A Hand". Inquieto e produtivo, como todos os adeptos da música livre parecem ser, já iniciou 2013 com o que promete ser um novo clássico, tamanho o poder arrebatador de sua nova obra: "Exit!".

O líder da Fire!, o sueco Mats Gustafsson, dispensa maiores apresentações. A lista (e a magnitude) dos nomes com quem já tocou e dos projetos que lidera já fala por si só. Uma discografia densa a ser descoberta a cada dia mais. Mas, com certeza, se sobressaem o ousado e já citado The Thing... e, não menos ousado e criativo, a excelente Fire! Orchestra:


Fire! Orchestra - Exit! (2013)









sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

FROM THE HEART:
Blaze - "Blood & Belief" (2004)





Caberá um post, um dia, apenas para tratar da injustiça com que esse grande vocalista foi tratado ao longo de sua carreira. Seja pelos tradicionais fãs radicais da Donzela, durante sua fase na banda, seja pela ignorada carreira solo - que até recebe um tardio reconhecimento, mas nada à altura do que esse cara já compôs.

Blaze se mostrou um compositor de mão cheia. Seguiu solo com um Heavy Metal tradicional, direto, sem muitas firulas... mas ao mesmo tempo algo bem sacado, com um toque pessoal muito forte (inclusive nas letras!), uma sofisticação a mais que, finalmente, conseguiu chamar a atenção de muitos de seus críticos. Com razão, Blaze soava tradicional e moderno ao mesmo tempo, inovando dentro de uma margem segura e conquistando mais e mais fãs.


E o "pulo do gato" está neste ótimo álbum de 2004! Após dois discos iniciais aclamados pelo público, "Blood & Belief" chega como o mais diferenciado e ousado de seus trabalhos. O disco é até mais direto e cru que os anteriores, mas ganhou densidade especialmente pelas letras. Blaze é um ótimo letrista, e a intensidade de seu som se alia a um certo 'desabafo' lírico, sempre com uma ironia de fundo que eleva o nível da coisa toda.

Heavy bem feito, inteligente, diferente. Letras que vão do quase cômico à completa deprê. Blaze soube mexer com seus ouvintes, nesta obra que guardo sempre com muito carinho...


Blaze Bayley - "Blood And Belief" (2004)




"The world is spinning round too fast
the sky is pushing down too hard
Everybody is feeling scared
that they won't get the part

And the extraordinary thing
is that we are all the same
When we think we're all alone
we all feel so ashamed"








PLAY: Keane





Os ingleses do Keane nunca alcançaram a magnitude de um COLDPLAY (banda até superestimada, embora conte com algumas inspiradas composições). Tampouco se propuseram à originalidade e aos experimentalismos de um MUSE (para mim, uma referência na cena musical atual).

Independentemente disso, alcançaram um merecido sucesso, com belas e empolgantes canções. Muito graças a Tim Rice-Oxley (piano) e aos vocais inspirados de Tom Chaplin.





Abaixo, alguns belos vídeos deste competente grupo. Vale sempre uma conferida, especialmente com notícias de  (nova!) tour brasileira a caminho:


* Bedshaped

* Is It Any Wonder?

* Sovereign Light Café

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

FROM THE HEART:
Das Ich - "Cabaret" (2006)




Sempre admirei o estilo EBM/Industrial. Frio, dinâmico e pesado por natureza, flerta com a melancolia arrastada do gothic, juntando tudo num amálgama muito intenso, mexendo até mesmo fisicamente com nossos corpos.

Se essas já são facetas interessantes desse tipo de som, o Das Ich surpreendeu em 2006 ao trazer uma veia quase teatral ao estilo. Como o título do disco sugere, o duo conseguiu criar um verdadeiro "cabaret" industrial: dark, eletrônico, soturno, improvável... e bastante agressivo.

Novamente, encho a boca para falar de inovação. Qualquer que seja ela. Quando uma banda resolve dar um passo a mais em sua carreira, pensar seu estilo além de seus limites, fazer algo com personalidade, com identidade própria. Acredito que o Das Ich realmente alcançou isso, e tenho em "Cabaret" seu maior exemplo. Um disco muito especial em minha coleção.


Das Ich - "Cabaret" (2006)


http://www.dasich.de/

http://en.wikipedia.org/wiki/Das_Ich



PLAY: Project Pitchfork




Gostando muito de "Black", novo disco da banda de industrial Project Pitchfork. Nada genial, mas se trata de um estilo que me agrada muito, com uma aura gótica forte, sem desprezar sua dose de peso. Vale uma escutada, se for sua praia...


Project Pitchfork - "Black" (2013)




* o clipe liberado até agora, da faixa "Rain":





quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

FROM THE HEART:
Living Colour - "Vivid" (1988)




Esse disco é lindo! Desde a capa, passando pela técnica de seus integrantes, mas também pela descontração no visual, os clipes divertidos, as mensagens transmitidas por meio de letras conscientes, inteligentes e bem sacadas... TUDO empolga nesse clássico! E pensar que era apenas o 'debut' do (injustiçado e) genial grupo!


Mas, em especial, fascina a proposta da banda! Muitos apostaram (até com maestria) na fusão do funk com o rock, inclusive com o Hard Rock, mas ninguém fez o que os rapazes do Living Colour fizeram! Adotar um visual glam para executar um som altamente técnico e denso, com todo o groove e a malícia do funk e estilos adjacentes, captando os mais diversos elementos até resultar numa sonoridade absolutamente única! E fazendo toda essa massa sonora rolar de maneira extremamente leve e contagiante...


Está, com certeza, no meu top10 de todos os tempos! E o disco completa 25 anos em 2013, com direito a possível turnê, onde será tocado na íntegra!


Living Colour - "Vivid" (1988)


"So why you wanna give me that... funny vibe?"




MUSAS: Norah Jones




Salutar o grau de sofisticação que Norah Jones conseguiu imprimir em seu som, especialmente em seus dois ótimos últimos discos: "The Fall" (2009) e "Little Broken Hearts" (2012).


Um talento indiscutível, filha de Ravi Shankar (falecido ano passado), colaborou com inúmeros artistas, mas sempre senti que faltava um passo a mais em sua carreira propriamente dita. E a garota vem sabendo, com inteligência, sair do conforto do estilo consolidado em seus primeiros álbuns e procurar novos horizontes, investindo na intensidade de suas composições e em certo dinamismo, sem deixar de lado sua essência e simplicidade.

Gosto disso, inovação e sofisticação nas sutilezas. Ao vivo, segue competentíssima e cativante, basta conferir a gravação de sua apresentação no Lucca Summer Festival, ocorrida no ano passado.


http://www.norahjones.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Norah_Jones


Belíssimo clipe a seguir, da faixa "Young Blood":