Mostrando postagens com marcador Meshell Ndegeocello. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Meshell Ndegeocello. Mostrar todas as postagens

domingo, 10 de dezembro de 2023

PLAY: Darius Jones, Fire!, Isaiah Collier, Mabe Fratti, Matana Roberts, Meshell Ndegeocello



Poucos dias para a lista final do ano, alguns destaques do jazz mundial para não passarmos em branco:


DARIUS JONES


Em um ano que alguns dos principais nomes do jazz contemporâneo lançaram grandes discos, como Yussef Dayes, Jason Moran, Matthew Halsall, Christian Scott (agora Chief Adjuah), Ambrose Akinmusire, Steve Lehman, Kendrick Scott, o maravilhoso ao vivo de Kris Davis e seu Diatom Ribbons, o fenômeno do sax Lakecia Benjamin e mesmo o controverso (e lindo!) lançamento de Andre 3000, eis que ficamos com o inovador saxofonista Darius Jones, que marca seu épico ao vivo gravado em 2022 no Western Front, em Vancouver (Canadá):


Darius Jones - "FLuXkit Vancouver, Its Suite But Sacred" (2023)





MATS GUSTAFSSON


Dos favoritos da casa, além de ter lançado alguns projetos solo, marca presença em 2023 com dois de seus principais coletivos: a sempre bombástica a FIRE! ORCHESTRA, com nomes como Joe McPhee, Mariam The Believer, Anna Högberg, Signe Emmeluth, Mette RasmussenSusana Santos Silva, David Sandstrom (Refused!), dentre tantos, trazendo até uma inusitada pitada de música brasileira, com uma homenagem a João Donato (meses antes de seu falecimento, diga-se, em "Cala Boca Menino" - composição original de Dorival Caymmi); e também lançamento do mais recente projeto, já em seu 3º álbum, THE END (que conta com a ex-Fire! Orchestra, Sofia Jernberg):


Fire! Orchestra - "Echoes" (2023)

The End - "Why Do You Mourn" (2023)





ISAIAH COLLIER


O genial ativista e saxofonista lança o sucessor do aclamado "Cosmic Transitions" (2021):


Isaiah Collier - "Parallel Universe" (2023)





MABE FRATTI


A revelação guatemalteca foi a sensação deste blog e maior destaque de 2022. Emendando lindíssimos e originais discos solo, a violoncelista atacou em ao menos três grandes lançamentos este ano: a estreia da cantora Estrella Del Sol Sánchez (do grupo Mint Field), no disco "Figura De Cristal"; a parceira com o produtor Hector Tosta De La Rosa (aqui, I. La Católica) no projeto Titanic; e este lindíssimo primeiro álbum do grupo Amor Muere, que traz a experimental Concepción Huerta (com quem já havia feito parcerias), e as mexicanas Gibrana Cervantes e Camille Mandokie (do grupo Vyctoria, e que também já tocaram com Lucrecia Dalt):


Amor Muere - "A Time To Love, A Time To Die" (2023)

Mabe Fratti, I.la Católica & Titanic - "Vidrio" (2023)





MATANA ROBERTS


Nada menos que o quinto capítulo da épica obra "Coin Coin", de uma das referências deste site. Inclui participações de Cory Smythe, Kyp Malone (TV On The Radio), do já citado Darius Jones - e Jaimie Branch, que nos deixou em 2022, também deveria ter tocado no álbum:


Matana Roberts - "Coin Coin Chapter Five, In The Garden" (2023)





ME'SHELL NDEGÉOCELLO


Uma das cantoras favoritas do blog, sempre instigante e original em seu neo soul/r&b, lança o que provavelmente é seu disco mais ousado e diferente da carreira, agora pela Blue Note. Ao lado de Brandee Younger (que também lançou o ótimo "Brand New Life" neste ano), Jeff Parker, Jason Moran, Ambrose Akinmusire, Mark Guiliana, Thandiswa Mazwai e grande time:


Meshell Ndegeocello - "The Omnichord Real Book" (2023)




terça-feira, 23 de julho de 2019

PLAY: Baroness, Devin Townsend, Dub Trio, Rammstein, Rotting Christ, Soilwork





Maravilhas do Heavy Metal em 2019:




BARONESS


O grupo Baroness já dispensa apresentações, sendo um dos nomes mais falados - e bem falados, com justiça - do heavy contemporâneo. Originais e donos de uma discografia até aqui irretocável, certa mudança de direção neste novo disco foi muito bem vinda, sem perder em essência. Um dos grandes do ano:


Baroness - "Gold & Grey" (2019)








DEVIN TOWNSEND


Falando em melhores do ano, eis que temos lançamento do megalomaníaco Devin Townsend, o que é sempre um prazer! "Empath" inicia-se na "Genesis" do universo e termina numa peça magnífica, "Singularity", dividida em 6 partes. O disco é abrilhantado por conhecidos parceiros como Morgan Ågren, Steve Vai, Anneke Van Giersbergen e Mike Keneally. Criatividade sempre em alta, imperdível:


Devin Townsend - "Empath" (2019)








DUB TRIO


Uma surpresa do ano é esse disco do Dub Trio. Com um título pretensioso, o álbum entrega e cumpre o que promete. Até porque, o Dub Trio nunca foi um grupo exatamente "dub", e sim uma miscelânea maravilhosa e original, não à toa indo cair no selo Ipecac, de Mike Patton. Dito isso, não surpreende os convidados da obra serem nomes como Buzz Osborne (Melvins), Troy Sanders (Mastodon, Killer Be Killed, Gone Is Gone) e... Meshell Ndegeocello! Épico:


Dub Trio - "The Shape Of Dub To Come" (2019)








RAMMSTEIN


O ícone alemão retorna dez anos após o último disco de estúdio, com um álbum auto-intitulado de capa branca com um fósforo no meio. A essa altura poderíamos temer que a fórmula às vezes já batida poderia enfraquecer o grupo, mas não parece ser o caso, vez que todas as faixas empolgam, muitas com seus clipes já polêmicos e viscerais, e com certeza outra turnê bombástica. Sempre recomendável:


Rammstein - "Rammstein" (2019)








ROTTING CHRIST


Já falamos do grupo por aqui, e o sucessor de "Rituals" (2016) não decepciona:


Rotting Christ - "The Heretics" (2019)








SOILWORK


Outro já tratado por aqui e que surpreende. Se seus discos mais recentes não exatamente empolgaram, também não decepcionaram (mais ou menos o que poderíamos dizer de In Flames, Children Of Bodom ou Dark Tranquility). Entretanto, "Verkligheten" mostra-se um passo à frente em originalidade e potência, algo que vínhamos sentindo falta no excelente grupo sueco. Confira sem medo:


Soilwork - "Verkligheten" (2019)








terça-feira, 19 de março de 2013

FROM THE HEART: Red Hot AIDS Benefit Series - "Stolen Moments: Red Hot + Cool" (1994)





Acredito que todos os discos da "RED HOT AIDS BENEFIT SERIES" são altamente recomendáveis. A causa nobre moveu artistas do mais alto calibre, e dos mais variados estilos, que se reuniram em cada volume de acordo com o gênero de música em que são mestres, realizando parcerias antológicas e, no resultado final, um apanhado de obras notáveis.


A ideia, realmente, é dar uma conferida em cada disco separadamente. Todos com uma notável seleção e sets incríveis.


De primeira, mando o que talvez seja o mais importante para este blog. Até porque, senti que houve um capricho especial na seleção destes músicos - e as parcerias são pra lá de bombásticas!


Este seria o disco que mais bebe na fonte (e aqui digo, literalmente, na FONTE) do jazz. Do free jazz, do funk, soul e hip hop. A obra, de 1994, traz nada menos que Don Cherry, Ron Carter, Pharoah Sanders, Herbie Hancock, Roy Ayers e Bernie Worrel na linha de frente. Soa até como covardia...


Para as demais faixas, e em parceria com esses gigantes (todos referências de inovação e vanguarda dentro de seus estilos, e igualmente referências deste blog), alguns dos mais aclamados nomes da geração da época. Muitos deles se tornaram eles mesmos referências, quando olhamos para o estilo HOJE, tanto que muitos dos coletivos e rappers ali presentes enxergamos como precursores do jazz/funk e do hip hop moderno, a exemplo do The Roots, Groove Collective, Us3, Gang Starr, Young Disciples, The Last Poets, The Watts Prophets, dentre outros nomes associados.


Porém, devemos pensar que era a primeira metade dos anos 90, e muito estava sendo feito NAQUELE momento, e dali em diante. De fato, vivemos ATUALMENTE numa era muito criativa e prolífica do hip hop, e um novo auge da sua junção com as mais variadas e ricas vertentes. Voltando 20 anos no tempo, portanto, esse disco consegue chamar AINDA MAIS a atenção, até por essa faceta absolutamente visionária.


Por fim, vale dizer que o título do disco vem da faixa "Stolen Moments", que ganha sua releitura na obra (pela épica United Future Organization), mas originalmente é uma das grandes peças do falecido compositor Oliver Nelson.



Sem muito mais o que dizer, pois é o tipo de obra cuja escalação já ganha o jogo (conforme, dito, especialmente se a enxergamos agora, tantos anos depois), e enche os olhos de qualquer fã do estilo, além de servir de introdução para quem quer com ele se familiarizar.


Na coleção deste blog, é um marco!



The Red Hot AIDS Benefit Series - "Stolen Moments: Red Hot + Cool" (1994)







sexta-feira, 15 de março de 2013

SPECIAL: Robert Glasper





É sempre interessante saber a banda de apoio de artistas originais e inovadores, porque, de certo, numa eventual carreira solo ou projeto paralelo, encontraremos uma grata e viva influência. Não se trata de uma regra, mas é sempre bom estar atento aos diversos nomes, de diversas cenas, pois essa salutar troca de experiências e influências tendem a gerar discografias ricas e instigantes.


Talvez seja o caso de Robert Glasper. Mantendo uma promissora (e até subestimada) carreira solo dedicada ao jazz, paralelamente se destacava no apoio a nomes de respeito, que iam desde Q-Tip (A Tribe Called Quest) e a excêntrica Erykha Badu, até os gigantes Jay-Z e Kanye West.

Nomes fortes do hip hop, jazz, R&B, soul e world music possivelmente fizeram Glasper chegar num denominador comum (ou nada comum!), aliando seu estilo próprio à variedade sonora com a qual contribuía (conseguindo participações pra lá de especiais), e resultando num verdadeiro clássico moderno: o ganhador do Grammy, "Black Radio" (2012).


Assusta como Glasper fez um álbum tão fino soar tão forte e dinâmico, utilizando tão bem as características dos convidados, tornando o todo coerente e empolgante. A variedade chega ao ponto de contar com uma cover de "Smells Like Teen Spirit" do Nirvana (!).

Não à toa o disco foi destaque e fez o músico/produtor ocupar um novo (e alto) patamar na cena mundial.


Coisa finíssima!


Robert Glasper Experiment - "Black Radio" (2012)



http://robertglasper.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Robert_Glasper