Íamos adentrar um especial ano a ano para cobrir a década (musical) que se encerra, mas quisemos fazer mais um capítulo da saga de destaques gerais. Nas mesmas regras que os capítulos anteriores (ver partes um, dois e três), citando artistas com dois ou mais lançamentos no período:
31- TRENT REZNOR & ATTICUS ROSS
A dupla do Nine Inch Nails teve um início de década literalmente vitorioso, ao vencer nada menos que o Oscar pela trilha do filme "A Rede Social" ("The Social Network"). Dentre outras, ainda destacamos a trilha de "Os Homens Que Não Amavam As Mulheres" ("The Girl With The Dragon Tattoo"), em 2011. Ainda na mesma época, o projeto How To Destroy Angels emplacou seus dois primeiros EPs, culminando com o full length "Welcome Oblivion", de 2013. Se você acha que o NIN deixou por menos, "Hesitation Marks" (2013) e "Bad Witch" (2018) mostraram faces bem diferentes de um mesmo e já clássico grupo:
32- GREG PUCIATO
Este é outro que atacou por todos os lados. Participação no épico "Deconstruction" de Devin Townsend, em 2011, naquela mega seleção da vanguarda moderna do heavy metal que já citamos por aqui. Ainda visitou discos de grupos como Soulfly, Architects e Lamb Of God. Enquanto líder, lançou dois petardos gigantescos com o Dilliger Escape Plan, banda que infelizmente anunciou seu fim. Mas longe de ser o fim da criatividade do rapaz, o projeto eletrônico The Black Queen brilhou com dois lançamentos pra lá de instigantes, assim como seu supergrupo Killer Be Killed:
33- KAMAAL WILLIAMS
Aqui e ali citamos algumas mentes criativas do jazz moderno a la Robert Glasper, Jason Moran, Brad Mehldau, Cameron Graves, Miles Mosley, Aaron Parks, Vijay Iyer... e como não citar Kamaal Williams? "The Return" (2018) foi mais um capítulo vitorioso na década, embora resida em "Black Focus" (2016), disco ao lado do percursionista Yussef Dayes, um dos grandes clássicos modernos do estilo:
34- DÄLEK
Havíamos citado aqui como um dos destaques silenciosos do hip hop mundial, vez que seu último disco de estúdio havia sido "Gutter Tactics" de 2009. Entretanto, o duo (o DJ Dalek, Will Brooks, ao lado de Alap Momin, o Oktopus) se revelou produtivo e lançou logo duas obras avassaladoras em anos seguidos: "Asphalt For Eden" (2016) e "Endangered Philosophies" (2017). Não bastasse, conforme citamos aqui, Dälek encabeçou o projeto Anguish, de 2018, ao lado de Mats Gustafsson (Fire!, The Thing) e o tecladista Hans Joachim Irmler (Faust). Absurdo:
35- DEPECHE MODE
Não tão falados, mas é incrível como o grupo ainda lança discos de altíssima qualidade. Não há um disco sequer abaixo da média. Na década atual, "Delta Machine" (2013) e "Spirit" (2017) fizeram valer o status de uma das maiores bandas de todos os tempos. Sem tempo a perder, Dave Gahan e sua inconfundível voz emplacaram dois lindos discos ao lado do Soulsavers: "The Light The Dead See" (2012) e "Angels & Ghosts" (2015):
36- KAMASI WASHINGTON
Não falaremos de jazz na década sem falar de "The Epic" (2015) e "Heaven And Earth" (2018). Destaque também em "To Pimp A Butterfly" de Kendrick Lamar, e não à toa associado a nomes como Flying Lotus, Thundercat, Miles Mosley, Cameron Graves, Terrace Martin e Ronald Bruner Jr...
37- CONVERGE
Após "All We Love We Leave Behind" (2012) e "The Dusk In Us" (2017) está muito difícil de enquadrar o som complexo e caótico do grupo americano. Épicos absurdos, crueza e densidade na medida certa:
38- ONEOHTRIX POINT NEVER
Falamos de Actress e Jlin, então como não destacar Daniel Lopatin já ao lado de nomes como Aphex Twin, Autechre, Squarepusher, Amon Tobin, vindo até Tim Hecker, Jon Hopkins ou Nicolas Jaar:
39- PORTAL
Citamos por aqui algum heavy metal essencial da década, como DEP, Devin Townsend, Opeth, Shining, Agalloch, Alcest, Converge, Mastodon... e poderíamos complementar com nomes de destaque como Amenra, Anaal Nathrakh, Anathema, Animals As Leaders, ASIWYFA, Author & Punisher, Baroness, Behemoth, BTBAM, Car Bomb, Deafheaven, Deathspell Omega, Diablo Swing Orchestra, Enslaved, Fen, Frontierer, GodMother, Gojira, Grave Pleasures, Hail Spirit Noir, Igorrr, Ihsahn, Krallice, Lamb Of God, Manes, Meshuggah, Moonspell, Nachtmystium, Nails, Ne Obliviscaris, Oceans Of Slumber, Oranssi Pazuzu, Pain Of Salvation, Pallbearer, Panopticon, Paradise Lost, Periphery, Prurient, Rotting Christ, Sepultura, Sigh, SUP/Supuration, Sumac, Swallow The Sun, Tesseract, Triptykon, Ulver, YOB, Zeal & Ardor, dentre tantos, contando carreiras solo e projetos paralelos... e ainda assim, resumiremos ao ótimo grupo australiano PORTAL uma de nossas últimas vagas nessa lista:
40- MITSKI
Aqui também, dentre tantas mulheres, revelações fantásticas da década, outra das melhores a disputar o posto!
BONUS: stoner psychedelic rock
Rock psicodélico, o revival do stoner, ora puxado para o noise, o post, o folk, o indie rock, o pop... ou até mesmo para o mais profundo funeral doom metal.
Nessa miscelânea, temos A Place To Bury Strangers, The Amazing, Bardo Pond, The Black Angels, Black Mountain, Black Rainbows, Black Rebel Motorcycle Club, Blues Pills, Brant Bjork, The Brian Jonestown Massacre, Cass McCombs, Chris Forsyth, Conspiracy Of Owls, Deerhoof, Deerhunter, Ecstatic Vision, Foxygen, Garcia Peoples, Ghost, Graveyard, The Horrors, Jacco Gardner, Jess And The Ancient Ones, Jex Thoth, Kadavar, Karma To Burn, King Buffalo, King Gizzard & The Lizard Wizard, Kylesa, Mac DeMarco, Meat Puppets, Mondo Drag, Monkey3, Narrow Head, Oneida, RMFTM, Royal Thunder, Samsara Blues Experiment, Spirits Burning, Spiritual Beggars, Subrosa, Tame Impala, (Thee) Oh Sees, Torche, Tumbleweed, Ty Segall, Uncle Acid And The Deadbeats, Unknown Mortal Orchestra, Warpaint, White Denim...
Vale uma fuçada boa e uma ouvida em cada uma, especialmente em tempos de engodos pouco criativos estilo Greta Van Fleet...
Ainda vamos destrinchar cada ano da década que se encerra e tentar passar o melhor, mais inquietante e original de cada ao leitor! Fiquem atentos!