segunda-feira, 29 de abril de 2013

SPECIAL: The Winery Dogs





Já tratei aqui sobre como MIKE PORTNOY é uma referência deste blog, e como está sempre envolvido com bandas e projetos vigorosos, inovadores e sempre partes fundamentais da cena da música pesada mundial.


Possivelmente, não será diferente com o THE WINERY DOGS, banda ao lado de duas figuras de históricos serviços prestados ao rock'n roll:  RICHIE KOTZEN (solo, Mr. Big, Poison, Greg Howe, Sass Jordan, Vertú, Forty Deuce) e  BILLY SHEEHAN (solo, Mr. Big, Niacin, Talas, Greg Howe, David Lee Roth, Terry Bozzio, Explorer's Club).



No clipe já liberado, a ideia é um hard rock bem potente, heavy, mas remetendo bem mais a um classic rock do que, por exemplo, o 'gordo' Adrenaline Mob, outro de seus projetos.


Richie, que possui também uma excelente e dinâmica carreira solo, assume intensamente os vocais, dando uma aura zeppeliana ao som do grupo.


Ainda não dá para cravar que será algo mais 'redondo', na linha rock'n roll descompromissado (embora, por seus membros, a alta qualidade técnica já venha atestada)... ou se teremos os momentos alucinantes e ousados do Adrenaline e outras bandas de Portnoy.


Mas temos 3 mestres em conjunto, com a promessa de liberar algo fino para nós. Com vocês, o WINERY DOGS:






http://www.mikeportnoy.com/

http://richiekotzen.com/





domingo, 28 de abril de 2013

MUSAS: Nico





Christa Päffgen.


Nico.


E tudo que a acompanha.


Musa de Andy Warhol. Musa à frente do Velvet.


Musa em linda carreira solo.



Ícone!





sábado, 27 de abril de 2013

LACRIMOSA





Acredito que o Lacrimosa seja uma banda injustiçada pois, a despeito de uma sólida e rica discografia, a banda é pouco lembrada quando se listam os ícones da música gótica, ou do próprio nicho do gothic metal. Pior, pouco vejo referências ao gênio que é seu líder, o alemão TILO WOLFF. Mas o Heavy Metal tende a virar as costas a seus artistas mais criativos e prolíficos...


Digo isso porque acho que o reconhecimento a Tilo e sua banda deveria extrapolar os limites da música pesada. Acredito, porém, que seus serviços ao heavy, tendo-o introduzido de maneira tão única e sublime a seu lirismo e poesia, mereciam maior atenção e eternos aplausos dos que vêem na música, e acima de tudo no Heavy Metal, uma arte verdadeira.




Voltando ao LACRIMOSA, falei de sua vitoriosa discografia. E daí podemos apontar para o que há de mais soturno na banda, passando pelo melancólico, e até o experimental. Seria o Lacrimosa mais do início da carreira. Tudo muito sombrio. O peso passava das guitarras para o próprio modo de se encarar a proposta do grupo, todos os climas se tornando muito densos, intensos.


Experimental também, repito, pois o Lacrimosa flertou com composições e estruturas musicais pouco usuais, e estilo que passaram pelo clássico (a começar pelo nome do grupo), pelo sinfônico (me incomoda quem os inclui no mero symphonic metal, pois seria tirar muito da riqueza da banda), pelo minimalismo, o progressivo (não relutaria em dizer que o Lacrimosa é Prog), o pop, o eletrônico e algo da darkwave. Até mesmo pelo industrial (em última análise, o que resultaria no projeto paralelo de Tilo, o Snakeskin).


Sem propostas mirabolantes, ou nem tanto, não seria errado, na visão deste blog, incluí-los na lista da vanguarda metálica mundial.




Trilhando um caminho tão diversificado, não perdeu jamais em essência. Em especial pela figura de Tilo, um ser artístico por natureza, e que transmite isso à banda toda (inclusive sua esposa Anne Nurmi, vocalista e tecladista do grupo). Tilo interpreta suas canções, sabe o que canta e passa isso ao ouvinte. E faz isso com o coração, com a alma. Ao vivo, é um capítulo à parte, pois é teatral, é performático, "rege" seus companheiros com uma verdadeira incorporação das canções.



O Lacrimosa é uma das principais bandas do Heavy moderno e do gótico mundial. Rica, afastada de clichês, é um grupo a serviço da arte, e com um gênio à frente. A partir daí, você pode escolher desde a composição mais densa e experimental, até a música mais acessível, mas não menos intensa, de alguma outra época.



O importante é não passar ileso ou indiferente à arte deste sublime, referencial - e único - grupo alemão. Seja por sua história, tão bem escrita desde os anos 90, seja por sua atualidade, pois seguem firmes com discos divinos e bombásticas turnês.



Obrigatório!



http://www.lacrimosa.ch/

http://www.hall-of-sermon.de/

http://en.wikipedia.org/wiki/Lacrimosa_(band)




sexta-feira, 19 de abril de 2013

MUSAS: Susie Ibarra






Esta compositora e percussionista de mão cheia já possui uma vasta discografia à frente de projetos próprios, além de já ter tocado ao lado de nomes como (tome nota!) William Parker, David Spencer Ware, Dave Douglas, Butch Morris, Matthew Shipp, Michael Dessen, Eugene Chadbourne, Ori Kaplan, Cooper-Moore;  Roberto Assif Tsahar (Brass Reeds Ensemble);  Juan Rodríguez (Electric Kulintang);  Pauline Oliveros, Rosi Hertlein e Monique Buzzarté (New Circle Five);  os poetas David Budbill, Yusef Komunyakaa (Herido);  os baixistas John Lindberg, Joëlle Léandre, Mark Dresser;  o exímio guitarrista Derek Bailey;  o baterista Denis Charles;  a pianista Sylvie Courvoisier (Mephista);  a banda alternativa Yo La Tengo;  e vanguardistas do porte de Agustí Fernández, Wadada Leo Smith e, ele mesmo, o inigualável John Zorn.



Mas isso tudo não é 'quase nada'... até você vê-la em ação!




http://www.susieibarra.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Susie_Ibarra






FROM THE HEART:
Helloween - "Keeper Of The Seven Keys, pt. II" (1988)





Já falei algo sobre o surgimento do Heavy Metal, especialmente quando me referi a um de meus discos favoritos do estilo, lançado pelo Judas Priest.


Ali mesmo, já falava do que viria a seguir, e dos sucessivos desdobramentos do Heavy em inúmeras tendências e subestilos. Um desses notáveis movimentos, de qualidade e posteriores defeitos, seria o chamado Power Metal ou, ainda, o "metal melódico".


Hoje associamos o "melódico" a um excesso, um exagero de harmonia. Melodia óbvia e escancarada, que em sua tentativa de agradar, ainda que aliada ao peso do estilo Heavy, apenas o satura e o torna maçante.


Diga-se, entretanto, que o bom uso da harmonia é e sempre foi muitíssimo bem vindo. Bandas que sabem usar um teclado, por exemplo, podem usá-lo até com certo excesso - se bem sacado, traz uma aura agradável e sofisticada à sonoridade (não vou ser covarde e falar em Jon Lord ou Deep Purple, embora seja o exemplo por excelência - mas poderia citar dezenas de bandas mais modernas e igualmente inteligentes).


Porém, o que foi feito a partir de bandas como Stratovarius, Sonata Arctica e derivados (daí para baixo), realmente saturou o estilo. O "melódico" foi um boom, e como todo ápice criativo (ótimo ápice, vale dizer, gerando discos clássicos e muito bem feitos), teve sua posterior queda, quando a inovação virou rotina, cópia, clichê... enganação.






Feita a introdução, vale dizer que todo esse movimento - hoje mal visto, mas que lá atrás (anos 90) gerou discos épicos e ESSENCIAIS... todo ele teria início lá nos anos 80. E, com os discos justamente dessa banda: o HELLOWEEN!


Os 3 primeiros discos dos alemães são a fonte criativa do que viria depois. Dividiria aqui o debut "Walls Of Jericho" (1985), com Kai Hansen (futuro líder do Gamma Ray) nos vocais, executando o que seria o típico Power Metal / Metal Tradicional, nas linhas Judas e Iron. E, posteriormente, as duas referências do melodic, justamente as duas partes de "Keeper Of The Seven Keys" (1987, 1988). A segunda parte, para nós, infinitamente mais CRIATIVA!


Ali, a banda encontrou uma química bastante única, aliando um jeito muito característico (especialmente para a época) de compor e executar aquele estilo tão próprio. Embora respeitassem as bases tradicionais do metal, foram muito além... na melodia, sim, e em certa irreverência, utilizando coros dinâmicos e elementos bombásticos e cativantes.



Estava formado um estilo, uma escola! Poderia discorrer muito sobre a história do grupo, que trocou de vocalista, lançaria discos bem maduros dentro de seu próprio estilo, outros mais diretos, mas todos clássicos - e sempre com muita personalidade.



Também mostraram evolução e inovações, até mesmo no novo século, nos obscuros "The Dark Ride" (2000, disco que ainda vale um post) e "Rabbit Don't Come Easy" (2003). Após, a banda deu derrapadas feias, como na tentativa patética de fazer uma 'terceira parte' da obra aqui tratada. Por fim, retornou a um Heavy Metal bastante direto e rasgado em seus discos mais recentes (muito competentes, mas já pouco ou nada inovadores).



Mas reside em "Keeper Of The Seven Keys", especialmente neste segundo volume da obra-prima, o que o Helloween fez de melhor e mais épico, um disco com clássicos do começo ao fim, para cantar de pé, vibrando mesmo.



Disco que ocupa posição especial na coleção deste blog.




Helloween - "Keeper Of The Seven Keys, pt. II" (1988)




http://www.helloween.org/

http://www.gammaray.org/

http://en.wikipedia.org/wiki/Helloween




segunda-feira, 15 de abril de 2013

FROM THE HEART:
Isaac Hayes - "Shaft" (1971)





Ícone da Blaxploitation.


Obra e artista referenciais do funk/soul.



THE MOB WANTED HARLEM BACK. THEY GOT SHAFT!



"He's a complicated man
But no one understands him but his woman
John Shaft"



Isaac Hayes - "Shaft" (1971)





domingo, 14 de abril de 2013

FROM THE HEART: Michel Villard & Orchestre - "Les Musiques Des Films De Charlie Chaplin" (1972)






Atemporal.



Sua música com certeza faz parte de nossas vidas.



Michel Villard & Orchestre - "Les Musiques Des Films De Charlie Chaplin" (1972)








KAMELOT






Eis uma das grandes bandas que começaram a executar Heavy Metal de um modo único e muito criativo, especialmente do ano 2000 em diante.



Não podemos dizer que é exatamente "injustiçada", pois até alcançou os holofotes com alguns de seus discos. Infelizmente, a atenção ficou restrita ao âmbito metálico. E, ainda assim, houve quem a classificasse de modo errôneo, contribuindo para a (ainda) má vontade de muitos em relação à sua sofisticada sonoridade.


Para esclarecer melhor este último ponto, faz-se necessário recorrer às origens da banda, abarcando o período que vai do debut "Eternity"(1995) a "The Fourth Legacy" (1999). E aqui vale destacar também o ingresso na banda do vocalista ROY KHAN (ex-Conception, maravilhosa banda do underground europeu), a partir do álbum "Siége Perilous" (1998).


A questão é que o som do Kamelot, NESSA ÉPOCA, embora já de uma qualidade evidente, era sim mais simples e direto, realmente remetendo muito ao melodic metal reinante na cena. Mas NÃO completamente, justiça seja feita! Afinal, e especialmente após a entrada de Khan, o som da banda ganhou algum refinamento e uma vontade já clara de realizar algo diferente, mais intenso e complexo do que vinha sendo feito até ali.





Aponto a grande "virada" da banda no disco "Karma", de 2001 - coincidindo, aliás, com a virada da década e do século. Ali o KAMELOT deu um importante passo enquanto grupo, com uma proposta claramente mais agressiva, no sentido de procurar características ainda mais próprias, de sofisticar ainda mais o seu som.


A cartada de mestre (até hoje, considero o melhor disco do Kamelot), viria com o épico (?) "Epica" (2003). Épico, aqui, em diversos sentidos, principalmente porque a banda trouxe elementos variados para sua composição, a tornando inclusive mais teatral, ganhando em interpretação - e nisso, a voz diferenciada de Khan foi fundamental. A estrutura das canções se tornava bastante única, fugindo de quaisquer lugares comuns do Heavy Metal, pois tinham que acompanhar um estilo novo, por eles criado.


O Kamelot foi na raiz do que havia de mais interessante e refinado no meio do Prog Metal, e sem dúvida bebeu muito na fonte de bandas como Queensrÿche e Savatage, que aliavam um Heavy vigoroso a um forte lado teatral e sofisticado - neste caso, inspirado na obra "Fausto", de Goethe.






Mas "Epica" não foi capítulo isolado na rica discografia da banda. Pelo contrário, o mais direto, mas ainda bastante progressivo, "The Black Halo" (2005) viria a consolidar a sonoridade personalíssima do grupo, atraindo cada vez mais fãs. Participações que foram de Shagrath (Dimmu Borgir) a Simone Simons (Epica, banda cujo nome foi inspirado JUSTAMENTE no disco anterior do Kamelot) abrilhantaram ainda mais aquele novo passo da banda.


Por fim, seguiriam-se o fortíssimo "Ghost Opera" (2007) e o sombrio "Poetry For The Poisoned" (2010) - este último muito fino, com destaque para linda participação de JON OLIVA (Savatage, Trans-Siberian Orchestra) em "The Zodiac".


A evolução e maturidade eram nítidos. Porém, foi com pesar que o clima sombrio e complexo do último disco exalou para os bastidores, resultando numa posterior saída de Roy Khan do grupo. Saída até hoje inexplicada: Khan passou tempos com problemas de saúde, relacionados a seus vocais... a banda convocou uma legião de vocalistas para excursionar... e ao final nunca ficou claro o quão amigável ou não foi o episódio.





Em 2012, foi anunciado Tommy Karevik (Seventh Wonder) para assumir oficialmente o posto deixado por Roy Khan. A escolha foi boa, foram buscar alguém com a versatilidade consciente de Khan, vez que outros nomes especulados como Edu Falaschi (ex-Angra, Almah) ou o bombástico Fabio Lione (Rhapsody, Vision Divine), poderiam alterar o estilo da banda.


Após a mudança, já lançaram um disco, o competente "Silverthorn" (2012). Eis que fazemos ao Kamelot aquele velho alerta que já fizemos a outros artistas por aqui: não cair em fórmulas!  "Silverthorn" segue a linha emocional dos trabalhos anteriores do Kamelot, mas tudo começa a soar parecido demais, e disso devem fugir o quanto antes...


Ainda assim, este blog coloca o KAMELOT, por tudo o que fez na década passada (sendo de suas principais bandas), entre as mais CRIATIVAS do Heavy Metal atual, torcendo sempre para que não decepcionem e tenham como norte o exímio trabalho que já apresentaram da obra-prima "Epica" em diante...



http://www.kamelot.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Kamelot




FROM THE HEART:
Criolo - "Nó Na Orelha" (2011)




Ainda não demos a ênfase necessária, neste blog, aos discos e artistas que admiramos no âmbito da música brasileira. Citamos poucos, assim como também raras as alusões, de um modo geral, a discos do ano 2000 até hoje - até o momento, aliás, pouco ou nada apontamos em relação aos que realmente consideramos os maiores e melhores DISCOS da última década, embora procuremos divulgar, em abundância, as que consideramos as BANDAS/ARTISTAS mais inovadores do momento.


Convenhamos, no entanto, que há de fato um certo receio nesses apontamentos. Tudo que diz respeito à década passada e à atual, em que nos encontramos, ainda sofre o "justo preconceito" acerca de qual o real impacto de sua existência. Até que ponto tal e qual disco pode ser realmente um "clássico"? Resistirá à prova do tempo? Estamos diante de novas obras-primas, ou estamos sendo levados pela hype do momento?


E eis o eterno "pé atrás" em relação ao que é novo. Não é o caso deste blog, que justamente busca INOVAÇÃO, e a busca acima de tudo no HOJE. Porém, na hora de afirmar (e aqui não existem afirmações absolutas) que um novo disco é realmente "clássico", até nós deste site temos nossos melindres.



Feita a digressão, apenas a uso de desculpa para, de uma vez por todas, falar de meu carinho especial por esta obra de 2011 chamada "Nó Na Orelha". E, sim, colocá-la desde já num pedestal de importância e influência (seja em minha vida, seja para a música em geral), que é o lugar que este blog julga que ela merece!



Em "Nó Na Orelha", o Criolo Doido atingiu uma diversificação musical única. Um disco dinâmico, que empolga do começo ao fim, SEM apelar para quaisquer clichês ou acomodações comuns de nossa música popular - pelo contrário, Criolo parece nos querer atingir com tamanha riqueza musical, que transita (nada) tranquilamente pelo modo mais direto e cru de se fazer rap, passando pelo hip hop mais sofisticado, pela potência do pop, do rock, até as formas mais deliciosas de se fazer samba, baladas inspiradas, e até um bolero. Enfim, de se fazer MPB.



Não se tem muito mais o que dizer sobre esse disco, a não ser convidar o leitor a escutá-lo e torcer para que este se encante tanto quanto este blog - além de meio mundo, passando por Chico Buarque, Caetano Veloso e Ney Matogrosso - se deixou levar. Acredite: neste caso, é com autêntica justiça!



PS: as apresentações ao vivo do cantor e sua banda ganham incrivelmente em INTENSIDADE, e são altamente recomendáveis, tanto quanto a audição do disco.



Criolo - "Nó Na Orelha" (2011)



http://www.criolo.net/




sexta-feira, 12 de abril de 2013

REFERÊNCIA: Mike Portnoy

Michael Stephen Portnoy
20/04/1967
Long Beach, NY (EUA)




MIKE PORTNOY é conhecido como o eterno baterista e fundador da referência do Prog Metal, DREAM THEATER. Infelizmente, a banda que o projetou possui duas facetas bastantes distintas: uma base sólida de fãs (muitos até radicais) que os elevam a nível de deuses;  e, do outro lado, os que a abominam sob o fraco argumento (falácia, na verdade) de se tratar de uma banda que sempre se preocupou demasiadamente com o lado técnico das composições, perdendo em atitude, sensibilidade ou feeling - nada mais INJUSTO, diga-se.


A reverência aqui, no entanto, faz-se mais a PORTNOY que à sua (ex)banda. Porém, torna-se essencial falar dela, vez que sua vitoriosa carreira teve muito a ver com a CRIATIVIDADE de Mike, um cara sempre muito atento à cena musical que o envolve, um ser atualizado, inquieto, produtivo, empolgado com o que faz, e isso é pra lá de louvável - artisticamente, inclusive.




Não, o Dream Theater jamais se resumiu à técnica pura e fria de seus integrantes, embora a qualidade destes esteja acima de qualquer suspeita. Mas qualidade não basta, e nisso concordo com os críticos. O que eles se recusam a ver, entretanto, é que essa qualidade sempre esteve a serviço de um Heavy DIVERSIFICADO, muito intenso e sofisticado, ao longo do tempo, e isso MUITO se deveu à figura de Portnoy.


Explica-se, pois, o fato de a discografia desses americanos abranger desde o épico marco "Images And Words" (1992), passando pelo pesado e surreal "Awake" (1994), o injustamente criticado "Falling Into Infinity" (1997), uma obra conceitual e bombástica do porte de "Metropolis pt. II - Scenes From A Memory" (1999), um disco essencialmente ligado ao progressive rock como "Six Degrees Of Inner Turbulence" (2002), os pesadíssimos e modernos "Train Of Thought" (2003) e "Systematic Chaos" (2007), ou mesmo o atualizado e de veia alternativa "Octavarium" (2005).





Uma banda de múltiplas faces possui uma mente genial orquestrando e direcionando esse ímpeto - e, a despeito da participação e inegável contribuição dos demais membros, fato é que esse "cara" era o Portnoy. Para este blog, explica-se até mesmo o fato de, após sua saída, a banda ter feito um competente disco, "A Dramatic Turn Of Events" (2011), mas LONGE, muito longe de ser INOVADORA em qualquer aspecto. É como que, muito atrelada a uma pretensa "essência", o som perdesse VIDA - tornando-se um clichê, uma cópia de si mesma, o que é triste!






PORTNOY, porém, sempre foi muito ALÉM do Dream Theater (o que, conforme dito, já não era pouco, era "apenas" a vanguarda do Metal moderno). Referência do Prog Rock, elevou as possibilidades do estilo em parcerias conhecidas e vasta discografia ao lado de nomes como NEAL MORSE (Spock's Beard), JOHN ARCH (Fates Warning, Arch/Matheos) e ANDY WEST (Dixie Dregs). As parcerias e colaborações geraram ainda alguns dos mais imponentes e importantes projetos do Heavy Metal mundial, como os indispensáveis e poderosos TRANSATLANTIC e LIQUID TENSION EXPERIMENT, além do fino e empolgante OFFICE OF STRATEGIC INFLUENCE (OSI).


Portnoy também nunca se acanhou de prestar toda a homenagem que seus ídolos merecem, formando poderosas bandas covers, verdadeiras seleções, a exemplo de AMAZING JOURNEY (tributo ao The Who), HAMMER OF THE GODS (tributo ao Led Zeppelin), CYGNUS AND THE SEA MONSTERS (tributo ao Rush), YELLOW MATTER CUSTARD (tributo aos Beatles) - além do recente MORSE PORTNOY AND GEORGE, de variadas homenagens.




Por fim - e rapidamente, pois ainda falaremos muito dessas novas revelações - vale apontar para o que Portnoy faz atualmente, e faz brilhantemente à frente de duas belíssimas bandas. Mais voltada ao progressive rock de outrora, porém soando modernos e dinâmicos como nunca, há o ótimo FLYING COLORS (cujo auto-intitulado debut foi destaque em 2012). E, executando um pesadíssimo e ORIGINAL hard/heavy, ao lado da potente voz do amigo RUSSEL ALLEN (Symphony X, Allen Lande, Atomic Soul, Star One), encontra-se o ADRENALINE MOB - banda que, esperamos, tenha vindo para ficar!



Este é Portnoy, provando, mesmo após sair de sua banda referência, que segue CRIATIVO e alucinado em busca de novas sonoridades, novos desafios - o que seu ex-grupo, infelizmente, não aceitou esperar para ver. Talvez a passagem pelo -  fraco!  - AVENGED SEVENFOLD, ao sair do DT, tenha 'pegado mal', mas a verdade é que, independentemente da banda em questão, o episódio só mostrou como Portnoy procurava por uma banda que respondesse mais à sua empolgação em buscar por um Heavy moderno e dinâmico, talvez o que o Dream Theater o impedisse um pouco de fazer (ou de fazer MAIS e MELHOR).






Felizmente, não fomos privados do infindável TALENTO deste mestre. O Brasil mesmo o vem recebendo de braços abertos, seja tocando com suas bandas e projetos, seja no suporte a bandas como o A7X, G3, Stone Sour ou Fates Warning, para citar algumas dos últimos anos.



Realmente esperamos para que a cena da música pesada, e da música em geral, pague eterno tributo a este gênio moderno, que ainda nos brinda com seus trabalhos, e, felizmente, parece que o fará ainda por muito tempo -  e que seja com crescente ORIGINALIDADE, pois é o que este blog busca, e é o que sempre marcou sua estrondosa carreira!



http://www.mikeportnoy.com/

http://adrenalinemob.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Mike_Portnoy



*PORTNOY, um colecionador obsessivo de discos, FILMES (é um cinéfilo inveterado!) e seus kits:




quinta-feira, 11 de abril de 2013

REFERÊNCIA: Karlheinz Stockhausen


KARLHEINZ STOCKHAUSEN
22/08/1928 - 05/12/2007





STOCKHAUSEN é um vanguardista por natureza. Mais que isso, faz jus ao terma "vanguarda" como poucos, especialmente na arte contemporânea, estabelecendo-se como referência quase unânime, com um estilo de composição que influenciou todo o minimalismo feito na posteridade, passando pela música eletrônica, o free jazz, o art rock, o famoso krautrock alemão, e praticamente tudo o que se fez em termos de avant garde e de experimentalismo modernos.


Dentre seus alunos diretos, os membros fundadores do Kraftwerk e a atemporal figura de La Monte Young.



http://www.stockhausen.org/

http://www.stockhausencds.com/

http://en.wikipedia.org/wiki/Karlheinz_Stockhausen




MUSAS: Florence Welch





Esta belíssima ruiva vem encantando fãs de todos os estilos musicais. Dada a interpretações dramáticas e dona de uma potente e privilegiada voz, Florence assemelha-se a algumas artistas já citadas por aqui, vez que seu "fenômeno" é recente. Porém, em pouco tempo, coleciona colaborações poderosas e já se encontra à frente de uma banda que, promissora como ela própria, já lançou dois trabalhos que considero estar bastante acima da média.


O grau de maturidade apresentados, tanto por Florence quanto por seu FLORENCE + THE MACHINE, realmente fizeram a banda debutar com alta relevância no universo musical. Efetiva relevância, diga-se, sendo que este blog destaca "Cerimonials" (2011) como um épico moderno já de grandes proporções.


Espera-se da banda uma evolução que a possa fazer dar o próximo passo, explorando ainda mais os limites desta excelente e belíssima vocalista. A INTENSIDADE é ponto forte e positivo do grupo, que tem nos vocais, como é óbvio, um ponto estratégico para tornar essa fórmula dinâmica e vencedora, caminhando entre o apoteótico e o obscuro (o que passa pela parte lírica igualmente).


Dentre suas participações, vale apontar a seleção criativa de David Byrne no conceitual "Here Lies Love" (2010), onde se apresenta ao lado de nomes como Tori Amos, Cyndi Lauper e Martha Wainwright, e algumas revelações da cena musical feminina moderna.


Ouça Florence. Ouça sua máquina. Mas, acima de tudo, ouça Florence!



http://florenceandthemachine.net/

http://en.wikipedia.org/wiki/Florence_Welch




terça-feira, 9 de abril de 2013

JORN LANDE - parte II






continuação (ler parte I)


Se os discos já citados jamais ocuparam um merecido lugar de destaque no âmbito da música pesada, ao menos serviram para Jorn alcançar o estrelato, ocupando o posto à frente do (que prometia ser) gigante MASTERPLAN, com os ex-Helloween Roland Grapow e Uli Kusch. A estréia auto-intitulada em 2003 não decepcionou, e pode ser facilmente colocada ao lado dos citados discos do ARK e do Beyond Twilight como uma das principais obras da década passada. Uma nova proposta, uma nova maneira de se pensar o Heavy, passando pelo Hard grandioso de bandas como o Rainbow, indo ao progressivo, e flertando com o melódico e mesmo com o Thrash. Uma banda única!


Novamente, uma enorme pena o fato de o Masterplan TAMBÉM não ter decolado - ao menos não como deveria. Após um bom segundo disco, "Aeronautics" (2005), Jorn deixou o grupo (mais um em sua carreira). A banda enveredou para um heavy firme e vigoroso, mas longe da criatividade do primeiro álbum. Jorn voltaria em 2010 para gravar "Time To Be King", com uma formação bem modificada e já sem o brilho de outrora.




Mas os projetos paralelos e participações de Jorn seguiam fortes, pérola atrás de pérola. O excelente e bem característico melodic hard do MILLENIUM, ainda em 2000, também é um destaque que vale a pena ser ouvido, ao lado de nomes como RALPH SANTOLLA (Deicide, Obituary, Iced Earth, Sebastian Bach) e SHANE FRENCH (Jon Oliva's Pain, Circle II Circle).


Indo além, lançaria a trilogia "The Battle" (2005), "The Revenge" (2007) e "The Showdown" (2010) ao lado de ninguém menos que RUSSEL ALLEN (Symphony X, Star One). Duas das maiores vozes do metal unidas a serviço de um Hard/AOR de extrema potência e beleza.



Falando de projetos mais ousados, Jorn se tornou figura fácil em rock operas do porte de "01001011" (2008) do AYREON de Arjen Lucassen, "The Scarecorw" do AVANTASIA de Tobias Sammet (com quem excursiona até hoje), "The Final Surprise" (2007) do GENIUS de Daniele Liverani, e o épico "Nostradamus" de NIKOLO KOTZEV (líder do excelente BRAZEN ABBOT, banda que também contou com Jorn no "Guilty As Sin" de 2003). Vale lembrar ainda da seleção de KEN HENSLEY (Uriah Heep) no ótimo "Blood On The Highway" de 2007.





Paralelamente a tantas colaborações magistrais, Jorn sempre se mostrou seguro numa estável carreira SOLO - que contrasta com o vai-e-vem de suas bandas e demais aventuras. No entanto, o destaque aqui fica mais por conta de seus primeiros álbuns, em especial "Starfire" (2000, contando com eficientes covers de bandas como Journey, Foreigner e City Boy), "Worldchanger" (2001) e "Out To Every Nation" (2004).



A verdade é que Jorn, solo, nunca lançou algo abaixo da média. Porém, em contraste, conforme dito, com tão ousados grupos que ajudou a formar no passado, lançando álbuns tão únicos e variados entre si, gera certa decepção sua acomodação num Hard/Heavy que passou a redundar numa espécie de "fórmula" - já pouco atrativa. Exemplo disso é que um novo disco de Jorn Lande costumava ser um evento até poucos anos atrás... e hoje, passa um tanto despercebido.



Jorn é versátil e poderoso como poucos na cena metálica. Já é uma figura referencial para o estilo, fez escola, e sua discografia se tornou uma espécie de fenômeno cult no âmbito metálico. Com isso, temos a expectativa de que venha a constituir NOVAMENTE a vanguarda do heavy moderno, como fez com tanta maestria ao longo das últimas décadas...



http://www.jornlande.com/





domingo, 7 de abril de 2013

JORN LANDE - parte I





JORN LANDE é uma referência, vocal e criativa, do Heavy Metal moderno.


Enquanto sua VOZ potente e avassaladora chocou a todos os ouvintes, especialmente a partir do final dos anos 90, quando se tornou uma realidade, temos ainda como base as bandas e projetos para os quais a emprestou - não por coincidência, grupos que sempre primaram pelo que há de mais ousado no Hard/Heavy dos últimos anos.



Eis que Jorn Lande se estabeleceu numa espécie de vanguarda do Heavy Metal, que aqui sempre apontamos.



Voltando ao ponto de sua inigualável técnica vocal, agressiva e acompanhada de uma forte presença, seja em estúdio ou no palco, podemos dizer que Jorn sofreu certa injustiça no início de carreira (às vezes, sofre até hoje), vez que demasiadamente comparado a DIO e, em especial, a DAVID COVERDALE.


Enquanto referência, são algumas das melhores, realmente. Mas muitos críticos o limitaram a mera "cópia" de seus mestres. Aí o equívoco é claro! Jorn foi MUITO além, elevando sua versatilidade para fora do classic rock. Tanto que foi para o Heavy Metal, passeou pelo Hard/AOR, essencialmente pelo Prog Metal, e até pelas áreas mais grandiosas e extremas da música pesada. Jorn NUNCA foi cópia de nada, exceto quando assim quis soar, seja por proposta, seja por homenagem.



É o caso do começo de sua carreira, quando dentre outros projetos, seguiu a linha Hard no ótimo VAGABOND, assim como no THE SNAKES - ali sim, um tributo mais óbvio a Coverdale.


O grau mais elevado de sofisticação alcançaria, no entanto, por três grupos que eu apontaria como obrigatórios no Prog Metal moderno: ARK, BEYOND TWILIGHT e o obscuro MUNDANUS IMPERIUM.





O último lançou apenas um disco, mas é um senhor disco! Trata-se de "The Spectral Spheres Coronation", de 1998. Flertava com algo do Black Metal avant-garde norueguês, e contava com membros do extinto Nattefall. Especialmente se considerarmos a época de lançamento, a banda merecia um futuro mais produtivo. Infelizmente, deixou apenas UM (ainda que ótimo) registro.


Já o BEYOND TWILIGHT marcou época com o disco de estréia, que é o que traz Jorn Lande à frente: "The Devil's Hall Of Fame" (2001) ainda será muito falado neste blog, sendo um épico conceitual composto por FINN ZIERLER (Twilight, Manticora), o qual seguiu ativo lançando os igualmente excelentes "Section X" (2005) e "For The Love Of Art And The Making" (2006) - esses já sem Jorn, com o qual se desentendeu acerca dos reais créditos do primeiro disco.


Se criatividade é a palavra de ordem, o marcante ARK tinha isso de sobra! O Prog aliado ao Hard, ao Heavy e ao AOR, ao lado dos amigos  TORE OSTBY (ex-Conception, outra grande fonte criativa),  JOHN MACALUSO (TNT, Riot, Union Radio, MCM, Alex Masi, Mullmuzzler, Unwritten Pages),  RANDY COVEN (Malmsteen, Riot, MCM, Vitalij Kuprij, Magni Animi Viri)  e MATS OLAUSSON (Kamelot, Malmsteen, Evil Masquerade, Biscaya).




Era uma seleção do que havia de mais sofisticado no Heavy/Prog mundial, que não poderia resultar em outra coisa senão na obra prima "Burn The Sun", segundo álbum do grupo, de 2001. Outra que qualquer fã de música sente por não ter tido continuidade e lançado mais discos...


to be continued (ler parte II)