segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

SPECIAL: TOP 2013
HEAVY METAL





Desde logo, vale destacar que listas são listas. Trazem sua carga de informação, mas também uma alta carga de subjetivismo. Esta, como qualquer outra, não visa trazer verdades, nem ser absoluta. Sofre por não ser completa, pois há sempre lançamentos aos quais ou daremos maior/melhor atenção adiante, ou que sequer descobrimos de fato ainda - eis que deixemos a eterna e deliciosa experiência da descoberta para o futuro!

Mas, por ora, ficam essas impressões de 2013 no âmbito específico da música pesada:





TOP 20 - MELHORES DE 2013
(ordem alfabética)

  • And So I Watch You From Afar - All Hail Bright Futures
  • Big Business - Battlefields Forever
  • Coheed And Cambria - The Afterman, Descension
  • Corrections House - Last City Zero
  • Dillinger Escape Plan - One Of Us Is The Killer
  • Ephel Duath - Hemmed By Light, Shaped By Darkness
  • Ihsahn - Das Seelenbrechen
  • Jon Oliva - Raise The Curtain
  • Korn - The Paradigm Shift
  • Kylesa - Ultraviolet
  • Mutation - Error 500
  • Mutoid Man - Hellium Head
  • Orphaned Land - All Is One
  • Protest The Hero - Volition
  • Rotting Christ - Kata Ton Daimona Eaytoy
  • Royal Hunt - A Life To Die For
  • Secret Chiefs 3 - Book Of Souls, Folio A
  • Shining - One One One
  • Stone Sour - House Of Gold & Bones II
  • SubRosa - More Constant Than The Gods


*menção honrosa: Ulver - Messe I.X-VI.X












TOP 20 - CLASSICAL/PROGRESSIVE



  • Anton Johansson - Galahad Suite
  • Artlantica - Across The Seven Seas
  • Ayreon - The Theory Of Everything
  • Blackfield - Blackfield IV
  • Fish - A Feast Of Consequences
  • Haken - The Mountain
  • In The Silence - A Fair Dream Gone Mad
  • James LaBrie - Impermanent Resonance
  • Jolly - The Audio Guide To Happiness Part II
  • Jupiter Society - From Endangered To Extinct
  • Leprous - Coal
  • Mattias Ia Eklundh - Freak Guitar: The Smorgasbord
  • Moon Safari - Himlabacken Vol. I
  • Reign Of The Architect - Rise
  • Rin Toshite Shigure (aka Ling Tosite Sigure) - I'm Imperfect
  • Sound Of Contact - Dimensionaut
  • Steven Wilson - The Raven That Refused To Sing And Other Stories
  • Tesseract - Altered States
  • Von Hertzen Brothers - Nine Lives
  • Vulture Industries - The Tower

*menção honrosa: Minnemann Rudess Levin

*notas

- destaque para os retornos da saudosa seleção progressiva do ARTENSION (sob o nome de ARTLANTICA), e do magnífico disco lançado pelo JUPITER SOCIETY, que conta com ninguém menos que MATS LÉVEN (Abstract Algebra, Therion, Candlemass) e Leif Edling (Candlemass, Avatarium)

- belas empreitadas de ANTON JOHANSSON (Andromeda, The Codex) e da revelação REIGN OF THE ARCHITECT, que conta com membros do antigo - e excelente! - AMASEFFER, assim como de outra revelação do ano, o israelense OMB (que lançou em 2013 o debut "SwineSong")

- percebo a consolidação do VULTURE INDUSTRIES como grupo inventivo e de forte apelo teatral. Quem era mestre nesta seara, porém, é ARJEN LUCASSEN, que apresentou certa QUEDA criativa com seu épico projeto AYREON. Mesma (ou maior) queda apresentada pelo DREAM THEATER (lista abaixo) após a saída de Mike Portnoy, embora com ligeira melhoria neste novo álbum auto-intitulado















TOP 40 - BONS DISCOS, POUCA OUSADIA

  • Amorphis - Circle
  • Annihilator - Feast
  • Avantasia - The Mystery Of Time
  • Carcass - Surgical Steel
  • Cathedral - The Last Spire
  • Children Of Bodom - Halo Of Blood
  • Circle II Circle - Seasons Will Fall
  • Clutch - Earth Rocker
  • Dark Tranquility - Construct
  • Dream Theater - Dream Theater
  • Fates Warning - Darkness In A Different Light
  • Ghost B.C. - Infestissumam
  • Hatebreed - The Divinity Of Purpose
  • Helloween - Straight Out Of Hell
  • Hypocrisy - End Of Disclosure
  • Jorn - Traveller
  • Kataklysm - Waiting For The End To Come
  • Killswitch Engage - Disarm The Descent
  • Kvelertak - Meir
  • Melvins - Tres Cabrones
  • Pink Cream 69 - Ceremonial
  • Place Vendome - Thunder In The Distance
  • Red Fang - Whales And Leeches
  • Riverside - Shrine Of New Generation Slaves
  • Rob Zombie - Venomous Rat Regeneration Vendor
  • Satan - Life Sentence
  • Sepultura - The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart
  • Seventh Key - I Will Survive
  • Sirenia - Perils Of The Deep Blue
  • Soilwork - The Living Infinite
  • Soulfly - Savages
  • Spiritual Beggars - Earth Blues
  • Stryper - No More Hell To Pay
  • Suicidal Tendencies - 13
  • Tarja Turunen - Colours In The Dark
  • TomahawkOddfellows
  • Tristania - Darkest White
  • Trouble - The Distortion Field
  • The Vision Bleak - Witching Hour
  • Voivod - Target Earth

*menção honrosa: Anneke Van Giersbergen - Drive

*notas:

- destaques para CARCASS, MELVINS, SEPULTURA (sempre!), VOIVOD, ROB ZOMBIE e o retorno do TOMAHAWK de Mike Patton e Trevor Dunn

- DECEPÇÕES amargas com: MEGADETH (a ótima faixa-título "Super Collider" mascara um disco chato, SEM inspiração, peso ou criatividade); MINISTRY (bom disco, mas tratava-se de uma banda por demais ousada, e que hoje se contenta com MAIS DO MESMO); e ambos os QUEENSRYCHE (não se chuta Geoff Tate da banda se for para colocar alguém que soe como ele, mas com um som tão MENOS criativo. Por outro lado, Tate teve a chance de dar sua resposta, mas não o fez à altura, com um disco MELHOR que o do "rival", mas ainda assim SEM GRAÇA)

- SERJ TANKIAN (System Of A Down) lançou um disco delicioso, mas de sonoridade muito diversa da do SOAD ou do restante de sua carreira solo, indo para o campo do prog/jazz. Vale o registro, sendo que ainda participou em canções do REVOLUTION HARMONY (de Devin Townsend e Ihsahn, ainda sem disco) e do exímio rapper TECH N9NE

- não se citou clássicos como MOTÖRHEAD e BLACK SABBATH, até pela grandeza de ambas, e de quem não se pode cobrar grandes inovações a esta altura da carreira. Em relação ao Sabbath, fica o destaque apenas pelo retorno, pelo mestre Iommi em forma e pela maravilhoso single (e capa) de "God Is Dead"












TOP 15 - ALGUÉM EXPLICA?


  • Alter Bridge - Fortress
  • Anciients - Heart Of Oak
  • Asking Alexandria - From Death To Destiny
  • Audrey Horne - Youngblood
  • Avatarium - Avatarium
  • Avenged Sevenfold - Hail To The King
  • Bombus - The Poet And The Parrot
  • Born Of Osiris - Tomorrow We Die Alive
  • Bring Me The Horizon - Sempiternal
  • Deafheaven - Sunbather
  • In Solitude - Sister
  • Kadavar - Abra Kadavar
  • Norma Jean - Wrongdoers
  • Scorpion Child - Scorpion Child
  • Volbeat - Outlaw Gentlemen & Shady Ladies

*notas:

- aqui, apenas uma tentativa de entender o sucesso e falatório acerca das bandas ou discos acima, constando com muito destaque na mídia e/ou nas listas de "melhores do ano" por aí. Perceba que não classificaríamos nenhum dos trabalhos como "ruim", longe disso, alguns são até bem interessantes e (poucos) até trazem algum sinal de inovação. Mas... é para tanto? Aguardamos a evolução criativa dos citados!


- semelhante afirmação pode-se fazer do AVATARIUM de Leif Edling (ex-Candlemass), sendo que o próprio, conforme já vimos acima, lançou trabalho bem melhor ao lado do JUPITER SOCIETY












BONUS: PARA FICAR DE OLHO!

  • A Pale Horse Named Death - Lay My Soul To Waste
  • A Storm Of Light - Nations To Flames
  • Aborym - Dirty
  • All Pigs Must Die - Nothing Violates This Nature
  • Altar Of Plagues - Teethed Glory And Injury
  • An Autumn For Crippled Children - Try Not To Destroy Everything You Love
  • Aristocrats - Culture Clash
  • Arsis - Unwelcome
  • Arsonists Get All The Girls - Listen To The Color
  • Author & Punisher - Women & Children
  • Beastmilk - Climax
  • The Black Dahlia Murder - Everblack
  • Black Veil Brides - Wretched And Divine
  • Bl'ast - Blood!
  • Blue Coupe - Million Miles More
  • The Body - Christs, Redeemers
  • Boris - Präparat
  • Botanist - IV, Mandragora
  • Bruce Soord & Jonas Renkse - Wisdom Of Crowds
  • Caligula's Horse - The Tide, The Thief & River's End
  • Cough & Windhand - Reflection Of The Negative
  • Cult Of Luna - Vertikal
  • Dark Buddah Rising - Dakhmandal
  • Deafheaven - Sunbather
  • The Devil's Blood - III, Tabula Rasa Or Death And The Seven Pillars
  • DevilDriver - Winter Kills
  • Doomriders - Grand Blood
  • Erra - Augment
  • Esben And The Witch - Wash The Sins Not Only The Face
  • Fen - Dustwalker
  • Five Finger Death Punch - The Wrong Side Of Heaven And The Righteous Side Of Hell, Vol. 2
  • Full Of Hell - Rudiments Of Mutilation
  • Gazette - Beautiful Deformity
  • George Bellas - Astral Projection
  • Giles Corey - Hinterkaifeck
  • Gnaw - Horrible Chamber
  • God Is An Astronaut - Origins
  • Gorguts - Colored Sands
  • Grave Miasma - Odori Sepulcrorum
  • Gris - À L'Âme Enflammée, L'Âme Constellée
  • Hammerhands - Glaciers
  • Haxan Cloak - Excavation
  • Helen Money - Arriving Angels
  • Iceage - You're Nothing
  • Imbogodom - Metafather
  • Inter Arma - Sky Burial
  • Intronaut - Habitual Levitations (Instilling Words With Tones)
  • Jerusalem In My Heart - Mo7it Al-Mo7it
  • Jess And The Ancient Ones - Astral Sabbat
  • Jesu - Everyday I Get Closer To The Light From Which I Came From
  • Jinjer - Inhale, Don't Breathe
  • Jute Gyte - Noctis Labyrinthus
  • Karnivool - Asymmetry
  • Kayo Dot - Hubardo
  • Ken Mode - Entrench
  • Locrian - Return To Annihilation
  • London Grammar - If You Wait
  • Lustmord - Word As Power
  • Massive Audio Nerve - Cancer Vulgaris
  • Melt-Banana - Fetch
  • Michael Monroe - Horns And Halos
  • Motorpsycho - Still Life With Eggplant
  • Mouth Of The Architect - Dawning
  • My Dying Bride - The Manuscript (EP)
  • Nails - Abandon All Life
  • New Keepers Of The Water Towers - Cosmic Child
  • Nightfall - Cassiopeia
  • Nosound - Afterthoughts
  • Oathbreaker - Eros, Anteros
  • Obsidian Kingdom - Torn & Burnt
  • The Ocean - Pelagial
  • October Tide - Tunnel Of No Light
  • Oiseaux-Tempête - Oiseaux-Tempête
  • Oranssi Pazuzu - Velonielu
  • Orchid - The Mouths Of Madness
  • OVO - Abisso
  • Palms - Palms
  • Pelican - Forever Becoming
  • Peste Noire - Peste Noire
  • Pestilence - Obsideo
  • Pharmakon - Abandon
  • Portal - Vexovoid
  • Power Trip - Manifest Decimation
  • Primitive Man - Scorn
  • Progenie Terrestre Pura - U.M.A.
  • Pryapisme - Hyperblast Super Collider
  • Psychofagist - Songs Of Faint And Distortion
  • Puce Mary - Success
  • Queen Elephantine - Scarab
  • Rivers Of Nihil - The Conscious Seed Of Light
  • Ruins Of Beverast - The Blazing Gospel Of Heinrich Kramer
  • Samsara Blues Experiment - Waiting For The Flood
  • Scale The Summit - The Migration
  • Scar The Martyr - Scar The Martyr
  • Seizures - The Sanity Universal
  • Sete Star Sept - Visceral Tavern / Sacrifice / Messenger From The Darkness
  • Seven Sisters Of Sleep - Opium Morals
  • Seventh Key - I Will Survive
  • Shining (SWE) - 8 1/2 Feberdrömmar I Vaket Tillstand
  • Sightings - Terribly Well
  • Son Lux - Lanterns
  • Stolas - Living Creatures
  • Sun And Sail Club - Mannequin
  • Supuration - Cube 3
  • Thisquietarmy - Hex Mountains
  • Ulcerate - Vermis
  • Uncle Acid And The Deadbeats - Mind Control
  • Vaura - The Missing
  • Veil Of Thorns - Para-Abnormal
  • Weedpecker - Weedpecker
  • White Moth Black Butterfly - One Thousand Wings
  • Winery Dogs - The Winery Dogs

- belos e acertados discos de bandas que, poderiam ou não estar entre nossos melhores (algumas mais, outras menos), mas com certeza apresentam qualidade e potencial criativo para constarem deste blog. Nomes para mantermos os olhos abertos, alguns já com bons anos de carreira e com seus próprios clássicos, alguns já mais novatos, mas que demonstraram ter alguma veia inovadora digna de REVITALIZAREM a cena - muitos, se não totalmente com estes lançamentos, quiçá com os futuros, aos quais acompanharemos!

PALMS reúne membros do Isis e o vocalista Chino Moreno do Deftones. BLUE COUPE reúne membros do Blue Öyster Cult e Alice Cooper (com participação deste último). SCAR THE MARTYR é das grandes revelações do ano, contando com o baterista Joey Jordison, recém-saído do gigante Slipknot. Bruce Soord do ótimo Pineapple Thief e Jonas Renkse do Katatonia juntaram forças no belo "Wisdom Of Crowds".


REFERÊNCIA: Lou Reed


Lewis Allan Reed
02/03/1942 - 27/10/2013
NY (EUA)








Encerrando o ano... ano em que um dos grandes nos deixou!




"Para os nossos vizinhos:

Que belo outono! Tudo brilhante e dourado assim como uma luz suave incrível. A água que nos rodeia.

Lou e eu passamos muito tempo aqui nos últimos anos, e apesar de sermos pessoas da cidade este é o nosso lar espiritual.

Na semana passada eu prometi a Lou que o tiraria do hospital e voltaríamos para casa em Springs. E nós fizemos isso!

Lou era um mestre de tai chi e passou seus últimos dias aqui, feliz e deslumbrado com a beleza, o poder e suavidade da natureza. Ele morreu na manhã de domingo olhando para as árvores e fazendo o famoso 21, um movimento de tai chi com apenas suas mãos de músico fazendo gestos através do ar.

Lou era um príncipe e um lutador, e eu sei que suas canções de dor e beleza do mundo vão encher muitas pessoas com a incrível alegria que ele tinha pela vida. Vida longa à beleza que descende e atravessa por e sobre todos nós.

Sua amada esposa e eterna amiga








sábado, 28 de dezembro de 2013

REFERÊNCIA: Jon Oliva


John Nicholas Oliva
22/07/1970
Bronx, NY (EUA)





Jon Oliva, líder do eterno SAVATAGE, surpreendeu em 2013 ao lançar um disco autenticamente SOLO.


Explica-se: desde o fim do Savatage, Jon já mostrava toda sua veia criativa no Jon Oliva's Pain, banda da qual era obviamente líder e mentor. E a despeito da escassez de lançamentos, também levava a cabo o bem sucedido Trans-Siberian Orchestra.


Ainda assim, lançou o excelente "Raise The Curtain" sob o nome JON OLIVA.


Infelizmente, não há de se pensar que Jon sinta menos "dor" ao deixar o "pain" de lado.







Fato é que 3 fatos há de serem relevados na vida deste mestre do Heavy Metal contemporâneo. O primeiro é a insuperável perda de seu irmão Criss Oliva. O Savatage tinha um prodígio nas guitarras, criativamente se superava ao lado do produtor Paul O'Neill (que seguia com a banda desde o clássico "Hall Of The Mountain King", de 1987) e o terrível acidente de Criss representou uma espécie de fim para o sonho dos irmãos.


Realmente, concorda-se que a tragédia não cessou as atividades do Savatage, que ainda teve tempo de amadurecer ainda mais, contar com talentos do porte de Al Pitrelli, Alex Skolnick e Chris Caffery, e lançar épicos maravilhosos e diversificados como "Dead Winter Dead" (1995), "Wake Of Magellan" (1997) e "Poets And Madman" (2001).






O segundo fato sobre Jon foi a ascensão do projeto TRANS-SIBERIAN ORCHESTRA. Utilizando até mesmo composições do próprio Savatage, o TSO escancarou uma veia HIPÓCRITA dos norte-americanos e do público em geral: a música heavy, se numa embalagem mais amena, pode fazer todo o sucesso que via de regra lhe é negado no mainstream. Eis o lance do TSO: a proposta criativa que SEMPRE foi do Savatage, aplicada a músicas essencialmente natalinas (à exceção do essencial "Beethoven's Last Night"), e com uma produção grandiloquente a la Broadway, alcançava sucesso e números de venda inimagináveis para o até então pequeno e segmentado grupo americano.






Por fim, dando contrastantes entrevistas, que ora acenavam com o retorno do Savatage (que, segundo Oliva, jamais "terminou" de fato), ora alegando que seria loucura voltar com a banda, se seu projeto paralelo e de semelhante proposta rende tão mais, eis que JON sempre teve para si que quem quisesse ouvir SAVATAGE, que procurasse ou o TSO (talvez pela faceta mais épica e mirabolante) ou sua banda solo (JOP, trazendo o lado mais rústico e heavy de sua carreira, sem perder em sofisticação).



Destaque-se ainda que Jon até "saiu da toca" na última década, sendo que suas aparições especiais em álbuns e projetos, até então raras, passaram a ser mais comuns, a exemplo do Circle II Circle (ajudando ao ex-vocalista do Savatage, já citado, Zachary Stevens), Seven Witches (do também ex-Savatage Jack Frost), Chris Caffery, Avantasia, Kamelot, Midnight (falecido vocalista do Crimson Glory) e até da metal opera brasileira Soulspell.



O terceiro dos fatos, porém, deu-se após o ótimo álbum "Festival" (2010) do Jon Oliva's Pain. Seu guitarrista e parceiro Matt LaPorte (que já havia contribuído também com o Circle II Circle de Zak Stevens) faleceu em 2011. Cruel destino: Jon teve que REVIVER o pesadelo de perder um grande amigo, companheiro e membro criativo de sua banda! Mais uma vez, a exemplo do que ocorrera com seu irmão Criss, num dos auges do Savatage.







Tudo isso para mostrar o contexto em que surge "Raise The Curtain". Um disco de aura até positiva, ao contrário do que se poderia pensar (e que ainda traz algo de antigas composições de Criss, a exemplo do que o JOP já fazia). O título manda levantar as cortinas (!), como que dizendo que muito há por vir. O clima, as composições mostram um heavy bombástico, como num verdadeiro show. As músicas são sensacionais, um desfile de hits, retomando facetas do próprio Savatage (de cuja sonoridade Jon jamais se distanciou) e do melhor de sua carreira solo desde "Tage Mahal" (2004).



A parte mais densa do álbum fica por conta das letras, especialidade de Oliva, ao tratar de temas cortantes sobre suas percepções acerca da vida, do tempo, das trevas e do ser. Não é novidade ou privilégio deste lançamento em especial, pois esta sempre foi uma característica lírica marcante de Jon. Seja nos temas mais despojados ou nos mais sinistros do Savatage ou do JOP, Jon sempre trouxe consigo uma angústia muito grande ao longo de letras obscuras e conceitos introspectivos.



Aproveitamos o gancho para tratar deste gênio que é JON OLIVA. Mas sem deixar de destacar este que foi um dos grandes lançamentos de 2013:



Jon Oliva - "Raise The Curtain" (2013)








http://www.savatage.com/
http://www.trans-siberian.com/
http://www.jonoliva.net/
http://en.wikipedia.org/wiki/Jon_Oliva






REFERÊNCIA: Bill Laswell


Bill Laswell
12/02/1955
Illinois (EUA)





Nas palavras do insano baixista e produtor, de tão primorosos trabalhos:


"I think everything’s experimental whether you like it or not. I think that people who do generic pop are experimenting with clichés"






quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

PLAY: Elvis Costello & The Roots





Surpreende-me a capacidade de certos artistas de criarem climas específicos ao longo de suas composições ou, ainda, por todo um disco. Alguns artistas tornam aquilo sua marca registrada e podem, com menor ou maior diversidade, utilizarem-se dessa essência mágica por tempos.



Antes de falar do disco aqui em pauta, um dos melhores deste ano de 2013, farei a conexão com outra vitoriosa e épica parceria, até recente. Quando o mestre Lou Reed chamou o gigante Metallica para acompanhá-lo em "Lulu" (2011), aquilo gerou surpresa. Ficava o questionamento acerca de como casariam estilos tão marcantes e diversos de ambas as carreiras.


O resultado foi notável. A voz marcante de Reed, ao lado de suas filosóficas e "sofridas" declamações, se juntarem de forma magistral com as bases pesadas e típicas de Hetfield e cia. O trabalho, duplo, conceitual, denso, cumpria o que prometia - embora, antes de se ouvir o álbum, ficava difícil de se descrever como se pensava que aquilo soaria. Só se sabe que soou como deveria soar - e foi com excelência!



Não é diferente do encontro entre ELVIS COSTELLO e o famoso coletivo hip hop THE ROOTS.



Como trazer as bases soltas e cheias de groove do ROOTS para o universo de COSTELLO, que baila entre o rock clássico, o blues e forte apelo até pop de suas tão agradáveis composições? A incógnita era excitante, ao mesmo tempo que promessa quase certa de um trabalho histórico.



E, mais uma vez, o encontro cumpre o que prometia! Verdade que não houve muito tempo para se idealizar sobre o assunto. O álbum da parceria saiu de modo um tanto abrupto, já no 2º semestre de 2013, e embora houvesse notícias da produção do disco (e da parceria que já vinha desde os programas de Jimmy Fallon), o produto final, ali, à disposição, pegou muitos de surpresa.




Mas que agradabilíssima surpresa!!! E que disco belo, bem construído, de composições tão cativantes! Essencial!




Mais uma vez a prova de que a união de bandas/artistas únicos, de fusão improvável, gera uma obra-prima final bombástica - em coesão, em beleza, em grande canções!



A lamentar apenas a ausência de Black Thought, o vocalista que poderia ter improvisado e tornado a união ainda mais forte e característica! Quem sabe numa próxima etapa... quem sabe...



Recomenda-se a linda edição deluxe do álbum, num digipack muito bem feito pela Blue Note, com encarte completo e 3 faixas-bônus certeiras!




Elvis Costello feat. The Roots - "Wise Up Ghost" (2013)









http://www.elviscostello.com/
http://theroots.com/