JORN LANDE é uma referência, vocal e criativa, do Heavy Metal moderno.
Enquanto sua VOZ potente e avassaladora chocou a todos os ouvintes, especialmente a partir do final dos anos 90, quando se tornou uma realidade, temos ainda como base as bandas e projetos para os quais a emprestou - não por coincidência, grupos que sempre primaram pelo que há de mais ousado no Hard/Heavy dos últimos anos.
Eis que Jorn Lande se estabeleceu numa espécie de vanguarda do Heavy Metal, que aqui sempre apontamos.
Voltando ao ponto de sua inigualável técnica vocal, agressiva e acompanhada de uma forte presença, seja em estúdio ou no palco, podemos dizer que Jorn sofreu certa injustiça no início de carreira (às vezes, sofre até hoje), vez que demasiadamente comparado a DIO e, em especial, a DAVID COVERDALE.
Enquanto referência, são algumas das melhores, realmente. Mas muitos críticos o limitaram a mera "cópia" de seus mestres. Aí o equívoco é claro! Jorn foi MUITO além, elevando sua versatilidade para fora do classic rock. Tanto que foi para o Heavy Metal, passeou pelo Hard/AOR, essencialmente pelo Prog Metal, e até pelas áreas mais grandiosas e extremas da música pesada. Jorn NUNCA foi cópia de nada, exceto quando assim quis soar, seja por proposta, seja por homenagem.
É o caso do começo de sua carreira, quando dentre outros projetos, seguiu a linha Hard no ótimo VAGABOND, assim como no THE SNAKES - ali sim, um tributo mais óbvio a Coverdale.
O grau mais elevado de sofisticação alcançaria, no entanto, por três grupos que eu apontaria como obrigatórios no Prog Metal moderno: ARK, BEYOND TWILIGHT e o obscuro MUNDANUS IMPERIUM.
O último lançou apenas um disco, mas é um senhor disco! Trata-se de "The Spectral Spheres Coronation", de 1998. Flertava com algo do Black Metal avant-garde norueguês, e contava com membros do extinto Nattefall. Especialmente se considerarmos a época de lançamento, a banda merecia um futuro mais produtivo. Infelizmente, deixou apenas UM (ainda que ótimo) registro.
Já o BEYOND TWILIGHT marcou época com o disco de estréia, que é o que traz Jorn Lande à frente: "The Devil's Hall Of Fame" (2001) ainda será muito falado neste blog, sendo um épico conceitual composto por FINN ZIERLER (Twilight, Manticora), o qual seguiu ativo lançando os igualmente excelentes "Section X" (2005) e "For The Love Of Art And The Making" (2006) - esses já sem Jorn, com o qual se desentendeu acerca dos reais créditos do primeiro disco.
Se criatividade é a palavra de ordem, o marcante ARK tinha isso de sobra! O Prog aliado ao Hard, ao Heavy e ao AOR, ao lado dos amigos TORE OSTBY (ex-Conception, outra grande fonte criativa), JOHN MACALUSO (TNT, Riot, Union Radio, MCM, Alex Masi, Mullmuzzler, Unwritten Pages), RANDY COVEN (Malmsteen, Riot, MCM, Vitalij Kuprij, Magni Animi Viri) e MATS OLAUSSON (Kamelot, Malmsteen, Evil Masquerade, Biscaya).
Era uma seleção do que havia de mais sofisticado no Heavy/Prog mundial, que não poderia resultar em outra coisa senão na obra prima "Burn The Sun", segundo álbum do grupo, de 2001. Outra que qualquer fã de música sente por não ter tido continuidade e lançado mais discos...
to be continued (ler parte II)
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