Há artistas com um estilo inconfundível. Acredito que o Genesis realmente foi uma banda progressiva de estilo muito peculiar, e isso não deixou de afetar (no sentido positivo) o que alguns de seus famosos ex-integrantes vieram a fazer em suas carreiras, todos com uma sonoridade e personalidade muito própria e reconhecível. Poderia citar Phil Collins, como é óbvio... Steve Hackett, com respeitável carreira solo... o próprio Ray Wilson, que considero até injustiçado, merecendo maior reconhecimento...
E, diria eu acima de todos, Peter Gabriel me parece ter uma carreira das mais brilhantes, originais e produtivas.
Poderia falar de muitos de seus álbuns, mas opto por destacar o que talvez seja seu disco mais famoso e que, por uma série de razões, é o mais especial para mim: "So" (1986).
Difícil dizer o que mais chama atenção no álbum. A junção de variados elementos, criando algo realmente único, com aquela aura progressiva convidando o rock a flertar com o pop, o eletrônico, até mesmo o funk. Convidadas certeiras do porte de Kate Bush e Laurie Anderson, além dos músicos extraordinários que sempre o acompanharam. Enfim, complicado expressar em palavras os climas criados neste disco. Tudo é intenso e inquietante.
Prova disso é ser recepcionado, só no lado A, com a densa e bela "Red Rain", ser logo arrebatado por uma surpreendente e cativante "Sledgehammer" (cujo clipe é, conforme sabido, um clássico), cair numa balada inspirada com Kate Bush em "Don't Give Up", e fechar com "That Voice Again", de minhas preferidas deste grande mestre! Imagine o que vem depois...
O melhor é saber que Peter segue ativo e ousado, e, para este blog, uma verdadeira referência - assunto a ser tratado mais para frente.
Peter Gabriel - "So" (1986)
Nenhum comentário:
Postar um comentário