Matana Roberts
Chicago (EUA)
2013 fica marcado como o ano de grandes lançamentos... de grandes e criativas MULHERES!
Rapidamente, penso na já citada musa Janelle Monáe. Poderia ainda pensar no espetacular "Matangi" da dinâmica cantora M.I.A.. Quem sabe ainda em Karin Dreijer (Fever Ray) à frente do ótimo The Knife. A lista é longa, dentre nomes consagrados a revelações.
Rapidamente, penso na já citada musa Janelle Monáe. Poderia ainda pensar no espetacular "Matangi" da dinâmica cantora M.I.A.. Quem sabe ainda em Karin Dreijer (Fever Ray) à frente do ótimo The Knife. A lista é longa, dentre nomes consagrados a revelações.
E tratarei aqui de quem, talvez a exemplo de Janelle, já pode se encontrar no limiar entre a "revelação", até por ser ainda uma jovem e de seleta discografia... mas também já num alto posto de referência. Principalmente no campo do free jazz.
MATANA ROBERTS sequer acredita que faz exatamente jazz. E classificar essa mente brilhante realmente seria tarefa inglória, além de não ser nossa intenção aqui. Fiquemos com suas próprias palavras, quando disse:
"Tenho raízes no jazz, entendo de onde vem a minha música. Mas, para mim, ela não é jazz. Algumas pessoas empurram esse rótulo para cima de mim, mas acho que fica a cargo do ouvinte decidir como vai chamar aquilo que faço. Na verdade, sou uma experimentalista que de vez em quando usa referências do jazz no trabalho. Não quero fazer nada mais grandioso do que já foi feito. Tudo o que quero é criar um trabalho honesto."
Mas vamos à obra propriamente dita. Se MATANA já é uma referência, em muito se deve ao derradeiro trabalho nestes dois primeiros capítulos (ela promete mais!) da obra-prima COIN COIN.
Inicialmente, em sua primeira etapa, "Coin Coin Chapter One: Gens De Couleur Libres" (2011), conhecemos a história de Marie Thérèse Metoyer, escrava do século XIX, ancestral da própria artista. A partir dessa sua correlação pessoal, e de muita pesquisa, MATANA desconstrói toda uma história que vai da escravidão e libertação dos negros, por todo o histórico de opressão de sua raça, até os dias de hoje.
Relata a própria que:
"My grandfather and his brother were orphans, and they were raised by a collective of different families who lived in that area that were actually blood-related to her. She was the first strong female archetype, outside of my mother and my grandmother, that I was exposed to in a storytelling format – I learned about her before I learned about Harriet Tubman. And my grandfather used to call me Coin Coin for fun."
Em recente visita ao Brasil, ainda contou que:
"Tenho um grande interesse nas questões da escravidão ao longo do mundo e dos direitos humanos, e acho toda essa história das revoltas dos escravos no Brasil profundamente inspiradora para o meu trabalho."
Em 2013, ainda em alta com seu novo e surpreendente passo "Coin Coin Chapter Two: The Mississippi Moonchile" (2013), MATANA se estabelece de vez como referência do free jazz mundial. Álbum por vezes tão ou mais intenso que a primeira jornada de 'Coin Coin', ganhou em dramaticidade e performance com a introdução dos vocais de Jeremiah Abiah. Assim como também agregou em ares performático a suas apresentações.
Não é cedo para afirmar que MATANA ROBERTS é uma das musas do jazz e da música mundial contemporânea!
Matana Roberts - "Coin Coin Chapter Two: The Mississippi Moonchile" (2013)
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