segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

REFERÊNCIA: Herbie Hancock


Herbert Jeffrey Hancock
12/04/1940
Chicago, Illinois (EUA)





"As pessoas têm mania de endeusar os tempos antigos. Sempre ouço a mesma história sobre como eram bons os clubes enfumaçados e as jam sessions que varavam madrugadas. Isso é romântico, mas é mentira. Eram tempos duros para os músicos. As coisas melhoraram bastante. Em termos musicais, o jazz continua tão inovador quanto antes. Você conhece o músico Robert Glasper? Ele é um músico jovem, com pouco menos de 30 anos. É um dos jovens da nova geração que fazem um jazz altamente inovador. Flying Lotus é outro exemplo de jovem que faz um jazz de primeira linha. Gente que não está associada ao jazz, cuja música é difícil de identificar ou rotular, mas que nitidamente tem um espírito de jazz e uma profunda influência do jazz. Ele usa música de várias fontes, mas a mistura que faz é tão improvisada e inventiva que só pode ser jazz."



"A influência do jazz é sua vitalidade e inventividade. O jazz mudou e tem um papel diferente. Muitos músicos de jazz hoje são professores em faculdades de música, ou em colégios, não são mais músicos profissionais. Ao mesmo tempo, o jazz se tornou uma música internacional, não apenas americana. O jazz não morreu, não foi superado e continua tão inventivo quanto antes. O jazz apenas voltou a ser underground, não faz mais parte da cena musical pop."



"As pessoas não querem mais saber da música em si, mas sim de quem faz a música. O público está mais interessado nas celebridades e em como determinado artista é famoso do que na música. Mudou a maneira como o público se relaciona com a música. Ele não tem mais uma ligação transcendental com a música e sua qualidade. Quer apenas o glamour. O jazz não quer fazer parte disso. Sabe por quê? Não se trata de humildade, nem de arrogância, de uma postura “não queremos ser famosos, somos underground”. Nada disso. O jazz é sobre a alma humana, não sobre a aparência. O jazz tem valores, ensina a viver o momento, trabalhar em conjunto e, especialmente, a respeitar o próximo. Quando músicos se reúnem para tocar juntos, é preciso respeitar e entender o que o outro faz. O jazz em particular é uma linguagem internacional que representa a liberdade, por causa de suas raízes na escravidão. O jazz faz as pessoas se sentir bem em relação a si mesmas."



Herbie Hancock



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