John Nicholas Oliva
22/07/1970
Bronx, NY (EUA)
Jon Oliva, líder do eterno SAVATAGE, surpreendeu em 2013 ao lançar um disco autenticamente SOLO.
Explica-se: desde o fim do Savatage, Jon já mostrava toda sua veia criativa no Jon Oliva's Pain, banda da qual era obviamente líder e mentor. E a despeito da escassez de lançamentos, também levava a cabo o bem sucedido Trans-Siberian Orchestra.
Ainda assim, lançou o excelente "Raise The Curtain" sob o nome JON OLIVA.
Infelizmente, não há de se pensar que Jon sinta menos "dor" ao deixar o "pain" de lado.
Fato é que 3 fatos há de serem relevados na vida deste mestre do Heavy Metal contemporâneo. O primeiro é a insuperável perda de seu irmão Criss Oliva. O Savatage tinha um prodígio nas guitarras, criativamente se superava ao lado do produtor Paul O'Neill (que seguia com a banda desde o clássico "Hall Of The Mountain King", de 1987) e o terrível acidente de Criss representou uma espécie de fim para o sonho dos irmãos.
Realmente, concorda-se que a tragédia não cessou as atividades do Savatage, que ainda teve tempo de amadurecer ainda mais, contar com talentos do porte de Al Pitrelli, Alex Skolnick e Chris Caffery, e lançar épicos maravilhosos e diversificados como "Dead Winter Dead" (1995), "Wake Of Magellan" (1997) e "Poets And Madman" (2001).
O segundo fato sobre Jon foi a ascensão do projeto TRANS-SIBERIAN ORCHESTRA. Utilizando até mesmo composições do próprio Savatage, o TSO escancarou uma veia HIPÓCRITA dos norte-americanos e do público em geral: a música heavy, se numa embalagem mais amena, pode fazer todo o sucesso que via de regra lhe é negado no mainstream. Eis o lance do TSO: a proposta criativa que SEMPRE foi do Savatage, aplicada a músicas essencialmente natalinas (à exceção do essencial "Beethoven's Last Night"), e com uma produção grandiloquente a la Broadway, alcançava sucesso e números de venda inimagináveis para o até então pequeno e segmentado grupo americano.
Por fim, dando contrastantes entrevistas, que ora acenavam com o retorno do Savatage (que, segundo Oliva, jamais "terminou" de fato), ora alegando que seria loucura voltar com a banda, se seu projeto paralelo e de semelhante proposta rende tão mais, eis que JON sempre teve para si que quem quisesse ouvir SAVATAGE, que procurasse ou o TSO (talvez pela faceta mais épica e mirabolante) ou sua banda solo (JOP, trazendo o lado mais rústico e heavy de sua carreira, sem perder em sofisticação).
Destaque-se ainda que Jon até "saiu da toca" na última década, sendo que suas aparições especiais em álbuns e projetos, até então raras, passaram a ser mais comuns, a exemplo do Circle II Circle (ajudando ao ex-vocalista do Savatage, já citado, Zachary Stevens), Seven Witches (do também ex-Savatage Jack Frost), Chris Caffery, Avantasia, Kamelot, Midnight (falecido vocalista do Crimson Glory) e até da metal opera brasileira Soulspell.
O terceiro dos fatos, porém, deu-se após o ótimo álbum "Festival" (2010) do Jon Oliva's Pain. Seu guitarrista e parceiro Matt LaPorte (que já havia contribuído também com o Circle II Circle de Zak Stevens) faleceu em 2011. Cruel destino: Jon teve que REVIVER o pesadelo de perder um grande amigo, companheiro e membro criativo de sua banda! Mais uma vez, a exemplo do que ocorrera com seu irmão Criss, num dos auges do Savatage.
Tudo isso para mostrar o contexto em que surge "Raise The Curtain". Um disco de aura até positiva, ao contrário do que se poderia pensar (e que ainda traz algo de antigas composições de Criss, a exemplo do que o JOP já fazia). O título manda levantar as cortinas (!), como que dizendo que muito há por vir. O clima, as composições mostram um heavy bombástico, como num verdadeiro show. As músicas são sensacionais, um desfile de hits, retomando facetas do próprio Savatage (de cuja sonoridade Jon jamais se distanciou) e do melhor de sua carreira solo desde "Tage Mahal" (2004).
A parte mais densa do álbum fica por conta das letras, especialidade de Oliva, ao tratar de temas cortantes sobre suas percepções acerca da vida, do tempo, das trevas e do ser. Não é novidade ou privilégio deste lançamento em especial, pois esta sempre foi uma característica lírica marcante de Jon. Seja nos temas mais despojados ou nos mais sinistros do Savatage ou do JOP, Jon sempre trouxe consigo uma angústia muito grande ao longo de letras obscuras e conceitos introspectivos.
Aproveitamos o gancho para tratar deste gênio que é JON OLIVA. Mas sem deixar de destacar este que foi um dos grandes lançamentos de 2013:
Jon Oliva - "Raise The Curtain" (2013)
http://www.savatage.com/
http://www.trans-siberian.com/
http://www.jonoliva.net/
http://en.wikipedia.org/wiki/Jon_Oliva
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