Este blog às vezes aproveita as resenhas de álbuns que considera clássicos para falar um pouco da carreira da banda ou artista em questão. Em tese, muitos dispensam maiores apresentações, e fica apenas a recomendação do disco... porém, às vezes, é bom ter o panorama e contexto justificando a citação.
Eis que cabe falar do QUEENSRYCHE. Difícil falar que a banda é "subestimada", vez que o disco aqui em questão é muito festejado no meio hard/heavy. Mesmo no mainstream, com a posterior balada "Silent Lucidity", alcançou holofotes por meio da MTV e rádios FMs.
Mas diríamos "subestimada" porque a banda NUNCA foi reconhecida por aquilo que deveria: a INOVAÇÃO! Sim, ok, já vi muitos incluírem o Queensrÿche, com justiça, na vanguarda do prog, com Fates Warning, Dream Theater, Watchtower, dentre outros. Essencialmente, entretanto, é tratada como banda de puro "heavy metal", e nisso querem limitá-la.
Eis, talvez, a péssima recepção que a banda recebeu em seu âmbito do final dos anos 90 para cá. Talvez alguns trabalhos tenham sido mais contidos e óbvios, a la "Hear In The Now Frontier" (1997)... mas o estigma que a banda passou a carregar foi de uma injustiça ímpar. Esqueceu-se que a banda tinha proposta solta, inovadora, ousada... eis que passou batida a sofisticação de discos como "Q2K" (1999), "Tribe" (2003) e o excelente (arriscado, mas que deu certo!) "Operation: Mindcrime II" (2006). Todos incabivelmente massacrados por fãs acéfalos.
Triste realidade que mostra todo o conservadorismo da cena, que ficou infantilmente "exigindo" que a banda talvez voltasse aos tempos de seu EP de estréia, vez que o público estava sedento pelo passado... esquecendo que, desde sempre, o Queensrÿche, com acertos ou erros, sempre pensou à frente.
Muito ocorreu daí para frente. O genial e performático GEOFF TATE se mostrou intragável, brigas internas ocorreram, a crise passou pelo relacionamento, composições e administração da banda, chegando ao extremo que vemos hoje: DUAS bandas com o mesmo nome, brigas na justiça e disco/turnês fracos e de pouca inspiração (citamos ambos os Queensrÿche como decepções nos melhores de 2013).
Seja como for, nada abala a majestade do auge do grupo neste "Operation: Mindcrime". Épico. Toda a teatralidade da banda, num verdadeiro musical, sem perder o peso metálico, a euforia hard e a rica aura prog que sempre executaram com maestria. Levaram a cabo um tema complexo e bem amarrado, de letras fortes e refrãos pagajosos, num todo coeso e fino - além de bombástico a cada passagem.
A "obra dentro da obra" conta ainda com "Suite Sister Mary", em show à parte de Pamela Moore.
Obrigatório!
Queensrÿche - "Operation : Mindcrime" (1988)
http://www.queensryche.com/
http://en.wikipedia.org/wiki/Queensrÿche
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