sábado, 12 de setembro de 2015

IRON MAIDEN





Este blog trabalha com umas verdades. Por exemplo, e para não entrar em discussões maiores, consideramos o METALLICA a maior banda de heavy metal do planeta. Não falamos em "melhor", conceito subjetivo, mas a MAIOR, vez que ULTRAPASSOU as fronteiras da bay area, do thrash e do próprio metal. É uma das grandes bandas de rock e da música de um modo geral, e atingiu tal status de modo merecido, com variedade na discografia, sem deixar o peso de lado. Há erros e acertos, na opinião de seus fãs, mas seu status é inquestionável.


Não querendo parecer contraditórios, mas a maior banda DENTRO do heavy metal seria o IRON MAIDEN. Exato, a maior banda considerando o estilo dentro de um contexto não é a mesma se considerarmos apenas o âmbito metálico em si. E nem precisamos dizer que Bruce, Steve, Iron e Eddie constituem símbolos de uma verdadeira religião dentro do metal.



Discussões bobas à parte, vamos falar de IRON...



Primeiramente, o Iron merece figurar num blog como este, com a nossa proposta?


Mas é claro que merece!


Banda magnânima de facetas diferenciadas ao longo da vitoriosa carreira. Três ótimos vocalistas, músicos excelentes liderados pelo cerebral baixista Steve Harris, discografia variada, hits e shows grandiosos, lotados, adorados por uma legião fiel.


Tudo isso já se sabe. E ressaltamos o que nos interessa, a técnica e criatividade notável em composições históricas.



Os primeiros discos com Paul Di'Anno são sem igual. Desde o debut "Iron Maiden" (1980), a atitude e aura quase punk aliados a uma melodia que seria típica do heavy tradicional, e do próprio power, melódico e todos os demais estilos que ajudaram a criar. Mesmo dentro da NWOBHM, eram uma referência de ousadia e singularidade.


"Number Of The Beast" (1982) viria com o vocal poderoso e grandiloquente de Bruce Dickinson - vocalista de conhecida e belíssima carreira solo, e que, por óbvio, merece ser conferida. A partir dali a banda, já genial, não seria mais a mesma. Em dois discos em especial (todos são clássicos), o lado progressivo e inovador falou mais alto: "Powerslave" (1984) e o conceitual "Seventh Son Of A Seventh Son" (1988).


Eis o regular "Fear Of The Dark" (1992), competente, mas já foi considerado comercial demais pelos fãs mais radicais. E por se inserir nos estigmatizados "anos 90", acaba por ser um álbum menos mencionado, embora contenha o hit da faixa-título, indispensável até hoje.







A entrada de BLAZE BAYLEY é contestadíssima. Até hoje não se sabe se o certo era a banda ter parado, ou escolhido outro vocal mais similar a Bruce. Imaginem que os fãs, e a mentalidade mais fechada típica do heavy, não aceitaram bem discos um tanto diferentes, como "The X Factor" (1995) e Virtual XI" (1998).


Este blog exalta tal fase (e já exaltou o próprio Blaze por aqui), que contém sim seus hits e clássicos, além de enxergar em Bayley um exímio vocalista, e de uma carreira solo irrepreensível a serviço do Heavy Metal - além de grupos como Wolfsbane, do qual fez parte.



O retorno de Bruce em "Brave New World" (2000), fez um disco muito bom se tornar excelente, haja vista a sede dos fãs na expectativa de ouvir a donzela com Dickinson novamente à frente.



Mas o que se seguiu pouco surpreendeu...



É verdade que este blog deveria exaltar, eis que, conforme se diz, o Iron assumiu uma linha mais "progressiva", com passagens mais técnicas e ideias mais mirabolantes. E fato é que a veia prog sempre esteve presente (basta analisar os discos, a evolução do grupo e as próprias influências de Steve e cia.). Mas esse modo mais escancarado - ou nem tanto - não exatamente resultou em maior inovação - e prog é inovação, e não apenas músicas de 20 minutos.


Não há disco ruim desde "Dance Of Death" (2003). Mas não há destaque também. Tudo soa muito bom, algumas canções memoráveis até, mas nada de encher os olhos. NÃO, não queremos que o Iron "volte às origens" ou qualquer coisa do tipo. Que inove, ouse, arrisque cada vez mais. A propriedade do grupo de manter sua essência intacta não importa o que façam ou qual seja o vocalista, é LOUVÁVEL, e conta a favor.


Mas inovação parece ser o caminho. E por mais que tentem, tudo ainda soa muito plástico. Dentro dos conformes, previsível. Pouco surpreendente, ou bombástico. Eis nossa crítica, embora, reitere-se, tudo sempre muito acima da média.


Mas explica porque, apesar de bons ou até ótimos álbuns, dificilmente são lembrados ao se falar dos discos do ano - ao menos não em lista que procuram algo inovador na cena. Nas listas mais comuns ao estilo tradicional, o topo é lugar sempre certo para o IRON MAIDEN.



E eis o provável destino de "Book of Souls" (2015). Disco muito bom, empolga em diversos momentos. Será dos mais vendidos, a turnê será vitoriosa, farão DVD, figurarão em diversas listas. Mas, com tanta coisa acontecendo na cena, os mais antenados pouco se lembrarão da obra quando o assunto for mexer, de fato, com a mente do ouvinte.



Ainda assim, sempre recomendável:



Iron Maiden - "The Book Of Souls" (2015)






















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