Está aí um marco do rock gótico oitentista, que até dispensa mais palavras. Ainda assim, cabem os destaques.
O BAUHAUS é uma das mais incríveis e menos destacadas (menos do que deveria) bandas da darkwave. Talvez até porque, formada nos fins dos anos 70, sua origem tenha os pés fincados no pós-punk, e a banda seja uma genuína adepta (e criadora/formadora) do movimento gótico.
Tudo que há de mais soturno no estilo passou pelo Bauhaus. Outras bandas beberam na fonte do punk, foram flertar com o eletrônico, com o rock, o pop, e constituíram aquele movimento tão único, e tão produtivo, como o que ocorreu nos anos 80. Mas o Bauhaus sempre teve seus diferenciais, para torná-lo tão especial.
Vou usar para esta banda até muito do que falei sobre o Lacrimosa, por exemplo, no âmbito do Gothic Metal (aí já tratando de estilos posteriores - e obviamente influenciados - por bandas como o Bauhaus e seus contemporâneos). O paralelo, porém, fica por conta do forte elemento experimental encontrando na banda de Peter Murphy & cia. O Bauhaus é visceral, é soturno, denso... mas sem perder em dinâmica e, tampouco, em beleza e riqueza!
Já que falei nele, vale a reverência: PETER MURPHY é um excelente frontman, criativo e intenso em suas composições, e isso ajuda muito às características e qualidade da banda. É uma época que já nos tinha trazido - e levado - o ícone Ian Curtis (Joy Division). Tínhamos sim o excêntrico Robert Smith (The Cure). Os vocais inigualáveis de Martin L. Gore (Depeche Mode). A enigmática dupla Lisa Gerrard e Brendan Perry (Dead Can Dance). Wayne Hussey (Mission UK), Dave Gahan (Depeche Mode), Andrew Eldritch (Sisters Of Mercy), Siouxsie Sioux (Banshees), Morrissey (The Smiths). Em última análise, bateríamos lá no Hard Rock, com Ian Astbury (The Cult), ou mesmo no que se tornaria um gigante no rock, Bono Vox (U2).
Mas Murphy sempre foi dos meus preferidos.
Não esqueçamos ainda que desta banda seminal viria o ótimo projeto Love And Rockets, além de Peter Murphy, ele mesmo, possuir uma maravilhosa carreira solo, da qual trataremos oportunamente.
Por ora, peço ao leitor que embarque em "Burning From The Inside", a provável obra-prima, por nós escolhida, do maravilhoso Bauhaus.
(e, se cabe uma ressalva, como a que fizemos à época de "Low Life" do New Order, em relação à "obra dentro da obra", quando tratamos de "Elegia"... desta feita, vale a menção toda especial à épica faixa-título do disco aqui tratado... 9 minutos que valem uma vida, de um disco que a vale ainda mais)
Bauhaus - "Burning From The Inside" (1983)
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